ATA DA VIGÉSIMA TRIGÉSIMA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 182116.1 018. 1988.
Aos
dezoito
vinte e umdezesseis dias do mês de agosto outunovembro do ano de mil
novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Trigésima Quadragésima Terceira Sessão Extraordinária da
Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. As Às nove quinzedozedez horas e vinte e seteumnove minutos, foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella,
Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Caio Lustosa, Cleom
Guatimozim, Ennio Terra, Clóvis Brum,
Elói GuimaraesGuimarães, Ennio Terra, Flávio
Coulon, Frederico
Barbosa, Gladis
Mantelli, Hermes
Dutra, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge
Goularte, Jussara
Cony, Lau ro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei
Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Rafael Santos, Paulo
Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha
Irigaray, Valdir
Fraga., Werner Becker,, Wilton Araújo e Jussara Cony e Marcinho
MedeirosCaio Lustosa.
Constatada a existência de “quorum”, oa Srª. Presidente declarou abertos os trabalhos e
iniciado o período de
PAUTA. a a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Preliminar,
estiveram, em 21ª Sessão, os Projetos de LeiDecreto do Executivo do Legislativo nºs 12620; 21; 22; 19/88. e o Substitutivo ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 162/88. Ainda, foi aprovado Requerimento do Ver. Nei Lima,
solicitando que o Projeto de Lei
do Executivo nº 126/88 seja considerado em regime de urgência e submetido à
reunião conjunta das respectivas Comissões Permanentes da Casa. Geral e
VotaçaoVotação foi rejeitado o
Substitutivo aposto ao Secreta esteve o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº~ 15/87, por nove votos SIM contra
vinte e dois votos NÃO, tendo
sido aprovado o Projeto original, com Mensagem Retificativa, por vinte e um
votos SIM contra dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, com Declarações de Votos dos Vereadores Flávio Coulon, Antonio
Hohlfeldt, Caio Lustosa, Jussara Cony, Mano José, Rafael Santos, Nilton Comin e
Paulo Sant’Ana. Ainda, foram aprovadas as Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar nº 15/87 de nºs 01, 02, 03, 04, 05 e
06, por dezessete votos SIM e seis
ABSTENÇÕES; 07, por vinte votos SIM, contra um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO; 08, por vinte e um votos SIM
contra um voto NÃO; 09, por dezessete votos SIM contra um voto NÃO; 10, por dezessete votos SIM contra dois votos
NÃO, tendo sido, Projeto, Emendas e Substitutivo submetidos à votação nominal a
Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Nei Lima e tendo sido encaminhados à votação pelosdiscutido
pelos Vereadores Caio Lustosa, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Jussara Cony e Cleom Guatimozim. As
Emendas de nºs 01 a 06, acima referidas, foram votadas em bloco a Requerimento
verbal, aprovado, do Ver. Artur
Zanella. Ainda, foi aprovado Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando
dispensa de distribuição em avulsos e interstícios para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Nada mais
havendo a tratar, a Srª. Presidente
levantou os trabalhos Marcinho
Medeiros, Werner Becker,Clóvis Brum, Rafael Santos, Lauro Hagemann, Jussara Cony, Antonio
Hohlfeldt, Flávio Coulon e Artur Zanella, que deixou de
ser votado em face do término do horériohorário regimental da
presente Sessão. Durante os trabalhos, o Sr. Secretário apregoou as Emendas de
Líder de nos 06, do Ver. Raul Casa,07 e 08,
do Ver. Cleom Guatimozim, 09 e 10, do Ver. Clóvis Brum,e o Sr. Presidente
respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Flávio Coulon, Cleom Guatimozim,
Werner Becker,Artur Zanella e Clóvis Brum,acerca das Emendas apregoadas pelo
Senhor Secretario. Ààs treze quatordodez horas e vintetrintacincoumdoze minutoss, esgotado o prazo regimental da
presente Sessão, o Sr. Presidente encerrou os trabalhos convociocdando os
Senhores Vereadores para a a Sessão
Extraordinária
Solene Extraordinária a ser realizada às dezessete horasa seguir., para a entrega do título
de Cidadão Emérito ao Sr. Veiga Sanhudo. seguir. Os
trabalhos foram presididos peloas Verª. Gladis Mantelli e.eadores Artur Zanella Brochado
da Rocha, e Luiz Braz e
Lauro
Hagemann e secretariados pelos Ver.eador.eadores Lauro
Hagemann, e LuízLuiz BrazMano JoséLauro Hagemann., Jorge Goularte e Teresinha
Irigaray, os três últimos como
Secretários “ad hoc”. Do
que eu, Lauro HagemannMano JoséLauro Hagemann, 32º23ºª SecretárioSecretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos elida e aprovada, será assinada peloss Senhorenhoress Presidente e 1º Secretário1ª Secretária.
OA SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli) (Brochado
da Rocha): Declaro
abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.passaremos àdou por abertos os trabalhos da
presente Sessão.Declaro abertos os trabalhos da
presente Sessão.
A seguir, pPassamos-se à
12ª SESSÃO
PROC. 2285459/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVODECRETO LEGISLATIVO Nº 012620/88, da Mesa, que estabelece o Plano
de Carreira dos Funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, dispõe sobre o Plano e dá outras providências. fixa a remuneração do Prefeito
Municipal de Porto Alegre para o período de 1989 a 1992 e dá outras
providências.
PROC. 21072460/88 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 0SUBSTITUTIVO ao PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 16221/88, da Mesa, que autoriza o valor básico dos padrões de vencimento
dos Quadros da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. fixa a remuneração dos
Vereadores de Porto Alegre, para a X Legislatura, período de 1989 a 1992, e dá outras
providências.
PROC. 2461/88 – PROJETO DE
DECRETO LEGISLATIVO Nº 022/88,
da Mesa, que dispõe
sobre a remuneração mensal do Vice-Prefeito do Município de Porto Alegre, para
o período de 1989 a 1992.
PROC. 2458/88 – PROJETO DE
DECRETO LEGISLATIVO Nº 019/88,
da Mesa, que dispõe
sobre a verba de representação do Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre para a X Legislatura, período de 1989 a 1992, e dá outras providências.
A SRA. PRESIDENTE: Consultamos os Srs. Vereadores se desejam
inscrever-se para discutir a Pauta.
Não há oradores inscritos, encerra-se a presente
Sessão.
(Levanta-se a Sessão às 10h12min.)
Não há oradores inscritos em Pauta.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Nei Lima,
solicitando que o PLE nº 126/88 seja considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões da Casa.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os
trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h31min.)
* * * * *
Solicito
ao Ssr. Secretário
“ad hoc”, Ver. Jorge Goularte, que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores
para verificação de “quorum”.
O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à verificação de
“quorum”.) Há “quorum”, Sr. PreidentePresidente.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passamos à
PROC. 2768/87 – PROJETO DE LEI COCMPLEMENTAR
DO EXECUTIVO Nº -1015/87, que
dispõe sobre a urbanização da orla do rio Guaíba, entre a Usina da Volta do Ggasômetro
e a Ponta do Mmelo,
cria o Fundo de Saneamento Básico para vilas populares e dá outras
providências. (Projeto
Praia do Guaíba.) Com mMensagem rRetificativa,
eEmendas de
01 a 05 e substitutivoSubstitutivo.
Parecer:
- da Comissão Especial, . Relator,. Ver.
Caio Lustosa; : pela
rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo.
(Observação.:
- Incluído
na Ordem do Ddia por
força do artigo 44 da Lei Orgânica do Município.)
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº Solicito ao
Sr. Secretário que apregoe Emendas recebidas pela Mesa, referentes ao PLCE nº
015/87. Com a
palavra o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quando falo nessa
Avenida eu sempre digo: essa Avenida não é para carregar burguês para a Zona Sul. A Zona
Sul não tem só burguês, é onde tem o maior problema de ônibus de Porto Alegre. Um morador da Restinga leva 1h15min, 1h40min, na
hora do pico para chegar lá. E são mais de 100 mil pessoas que precisam chegar
lá. A Vila Tronco tem mais de
100 mil pessoas, que chegam numa rua horrorosa. E em dia de eventos no
Gigantinho então piora tudo. Tem a Monte Cristo, tem a São Gabriel, tem irmãos nossos morando na rua, na Cavalhada. E o Sr.
Governador do Estado quer dar OTNs, para fazer a urbanização. Não são 550, Ver.
Antonio
Hohlfeldt, a Metroplan quer dar 41 OTNs.
Em todas as cidades que eu
conheço, no mundo, existe uma harmonia entre o atendimento das necessidades da população com o seu mar e o seu rio. E digo
mais, acho o Projeto Urbanístico desta área, e vou dizer o que eu já disse em
diversas vezes, não por
méritos do Dr. Alceu Collares, mas por méritos de um grande arquiteto, com as
alterações aqui feitas, acho que vai trazer benefícios a esta Cidade. Não consigo imaginar aquela área e aquele local
com o aproveitamento que tem. Imaginem o aproveitamento, como tem em
Florianópolis, com tem em Montevidéu, em Buenos Aires, como tem em inúmeros países civilizados. É possível fazer um
projeto desse tipo em que a população consiga chegar na orla do seu rio. Eu
desafio qualquer pessoa hoje, sem a Brigada Militar no lado, a visitar qualquer
local dessa Orla, ao anoitecer desta Cidade. Eu desafio a qualquer pessoa a visitar, como eu
sempre visitei e procurei ajudar com obras, porque eu não venho aqui de mãos vazias, porque a vida inteira que eu trabalhei
no DMHAB, foram 5 anos, nós procuramos fazer urbanização de favelas, contra um
monte de pessoas que eram contra. Inclusive
partidos que eram contra, eu tenho cartas de Líderes comunitários que eram
contra. Quando urbanizamos a Vila Ramos, um partido político mandou quebrar de
noite, o que nós colocávamos lá. Mas nunca,
nunca vou aceitar uma urbanização à beira do
dilúvio, perto do Internacional, na Vila, denominada Cai-Cai. É um acinte à civilização. Aquilo não passa na lei da proteção
aos animais. Uma pessoa dentro de um esgoto, morando. Durante cinco anos, em
todas as enchentes, essas pessoas foram para os pavilhões do DEMHAB. A maior parte não queria voltar
depois, por causa da alimentação, mas terminavam voltando. Então, já que
perguntaram por que vou votar a favor, já disse que vou votar num saneamento
urbanístico para uma área. Não estamos
votando a venda de área nenhuma para ninguém. As licitações passarão novamente
por esta Casa para o futuro Prefeito e Vereadores. Se eles tiverem outra opinião que não a minha, é
simples: é só se elegerem Vereadores e fazer maioria nesta Casa. O que estamos
fazendo hoje é o estabelecimento de um
regime urbanístico para a área. Não interessa de quem é a área, a propriedade. Mais de 40, 50% das reservas do Plano Diretor de
Porto Alegre são feitas em áreas que não são
do Município, são áreas de particulares. Não tem nada a ver com o regime
urbanístico, com a venda, construção e compra de área nenhuma. Não é isto que estamos votando neste momento. Não
estamos privatizando absolutamente nada. O que vai privatizar, ou não, será uma
licitação que será votada por esta Casa e, pelo cronograma que eu vejo dos
Projetos, não será nesta Administração
que isto vai ocorrer. Então, todos aqueles que imaginam que os seus candidatos
vão ganhar, que os seus Vereadores vão ganhar, eles estão absolutamente corretos para alterarem o que
quiserem. O que se estabelece, hoje, é um regime urbanístico. O que se
estabelece, hoje, é que este assunto não vai mais se tornar o mote de campanhas
eleitorais e discussões, se vai
se fazer ou não. O que se vai estabelecer, hoje, é um parâmetro para discussão.
E os candidatos, o meu candidato, o candidato de todos, terão a tranqüilidade suficiente para dizerem que não
querem isso, não querem aquilo, que não querem a Marina, que não querem, enfim,
o evento do Carnaval, que, por sinal, já está aprovado.
Terminando, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, eu quero votar sempre de acordo com o que eu acho, porque eu
sei que a questão não é do Shopping
Center, não é nada disso, é uma questão filosófica, é uma
questão de enfoque. O meu enfoque, é um aproveitamento, parte dedicado a
Parques e parte dedicado a outros segmentos da comunidade com áreas de habitação, de lazer, com áreas de esporte.
Outros têm outro enfoque, querem que a área permaneça melhorada ou um outro
tipo de aproveitamento. O meu enfoque é este e nunca escondi isso. Eu sempre disse que não sou um estatizante, eu sempre disse que eu não
sou socialista, eu sempre disse que eu acho que a iniciativa privada, dentro
dos controles normais, deve ser incentivada. Outros acham que não. Agora, eu digo isso em qualquer tribuna, em qualquer
lugar, e estou dizendo neste momento. E é por isso, Ver. Flávio Coulon, que eu
vou votar a favor.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só para lhe tranqüilizar, digo que V. Exa. não
cometeu nenhuma heresia contra o ecologista José Lutzemberger. Acho que li meio rapidamente a
carta, e V. Exa. não percebeu que ele não é contra o Trensurb. Ele até diz aqui: (Lê.) “Nem sequer foi cogitado” –
referindo-se à Avenida Beira-Rio – “resguardar o local para nele instalar uma nova linha de metrô
de superfície.”
O SR. ARTUR ZANELLA: Vou fazer mais uma heresia,
então: o Dr. José Lutzemberger é
incoerente, porque ele escreve isto na primeira parte da carta, e escreve o
seguinte na segunda parte da carta. Este Projeto é um equívoco e, mais do que um equívoco, é
uma agressão à Cidade. Já separaram Porto Alegre do rio com o muro e com o dique, e depois colocaram
um trem ao lado do muro. Se isto não é crítica, Ver. Flávio Coulon, eu não sei
mais o que é!
O Sr. Flávio Coulon: Ele está criticando a
colocação do trem. Ele não está contra o trem!
O SR. ARTUR ZANELLA: Então eu me enganei, ele está
elogiando que o trem separou a Cidade do seu rio.
O Sr. Flávio Coulon: Fico muito feliz em saber que, caso a Administração
do Dr. Villela foi vitoriosa nas eleições, o transporte coletivo da Vila Restinga passará a circular pela Avenida Beira-Rio. Eu acho que já é um compromisso de V. Exa. O SR. 3º SECRETÁRIO: Emenda de Líder do Ver. Artur
Zanella, ratificada pelo Ver. Raul Casa. (Lê a Emenda.)
Emenda do Ver. Werner Becker, que recebeu o número nº 08. (Lê a
Emenda.)
Esta Emenda, subscrita pelo Ver. Werner Becker, é
referendada pelo Líder do PDT, Ver. Cleom Guatimozim.
Outra Emenda da Liderança do PDT, subscrita pelo
Ver. Werner Becker, é a seguinte: (Lê.) “Suprima-se a área expressa como
PPG1.4, constante do Anexo 01 – Projeto de Lei Ccomplementar
do Executivo nº 015/87, com a conseqüente alteração de textos, tabelas e
mapas”.
Estas são as três Emendas constantes sobre a mesa,
Sr. Presidente.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão de Ordem): Gostaria de
saber se estas Emendas vão ser distribuídas por cópias. Qual é o tempo que
disporemos para decodificar essa linguagem, pois não se sabe o que é isso aí:
PP,. EP, EE,
justamente para complicar toda a situação. Gostaria de saber se vai ser aberto
um tempo para que possamos saber, realmente, o que significam estas Emendas.
O SR. ARTUR ZANELLA: Não, o compromisso não é do
Dr. Villela, o compromisso é da Câmara. Eu entrei com dois Projetos de Lei, um
criando uma linha de ônibus
Restinga-Glória, trinta dias após o término do Projeto Costa Gama; o outro é um Projeto de Lei Restinga-Centro-via
Beira-Rio, trinta dias após a construção da Beira-Rio. Esta Casa é que vai
votar e decidir. Este
Projeto eu já havia apresentado antes, o Ver. Nei Lima também apresentou um
Projeto semelhante, e vai caber a esta Casa a implantação disso aí. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Informa o Sr. 3º Secretário que não há mais inscritos. Encerrada
a discussão. Em votação. Para encaminhar, o
Ver. Caio Lustosa, pela Liderança do PSDB.
O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, integrantes do Movimento em Defesa dos Parques e da Cidade,
senhores e senhoras presentes no Plenário. Acha-se praticamente esgotada a
discussão deste Projeto e nós viemos
aqui apenas para corrigir certas colocações feitas no decurso do debate. O
Projeto Praia do Guaíba, na forma apresentada pelo Executivo Municipal, tem
como seu ponto nodal a alienação – a venda
agora, antes era permuta – de 16 hectares consagrados e previstos pelo Plano
Diretor para parques e áreas de lazer.
O Projeto provoca a
desafetação dessas áreas, e para quem não conhece o termo técnico, desafetação
significa retira-lo da condição, todo o conjunto dessa gleba de 16 há, de bem e uso público comum da comunidade
por inteiro, e coloca-lo na condição de um bem passível de comercialização por
parte do Executivo. Este é o ponto nodal da discussão. Por mais que se pretenda dizer que não, vai se
encaminhar, em se aprovando o Projeto original, a possibilidade de negociação
dessa área, e não poderia se diferente, já que os equipamentos que se prevê para ela são
equipamentos de uso privado dentro da economia de mercado que temos aí, e por
fim, essa diferença fundamental do Projeto, e a do Substitutivo que não permite a desafetação de áreas públicas,
destinadas ao lazer, praças e parques. E para não se dizer que a comissão foi
radical, foi socializante, foi contra a iniciativa privada, permite-se sim, em torno do
Sport Clube Internacional, na UTS 31, da qual o Internacional ocupa 2/3,
permite-se que na área que lá
existe de 6 há possa o Município sim, até com a finalidade do fundo de
saneamento colocar, esses equipamentos que dentro da ótica de conveniência do
Prefeito, que é ardoroso defensor dos
investimentos privados, e é um direito que ele tem, poderá fazê-lo. E não
nos animou, e nem a comissão, que elaborou este substitutivo, o propósito de retirar, como aqui foi dito, um bem que foi
incorporado ao patrimônio do Sport Clube Internacional. À propósito, entre as
12 mil assinaturas que temos aqui muito menos do que os 7% que a Lei Orgânica exige no seu art. 42 para que a comunidade
diretamente apresente um Projeto de Lei a este Legislativo para discussão e votação muito mais do que 1% que representaria
7 mil assinaturas, nós estamos passando à mão da Presidência deste Legislativo
12 mil assinaturas colhidas neste trabalho abnegado, permanente, que promoveu o
Movimento em Defesa dos Parques e das Cidades durante todo este tempo. São 12
mil assinaturas de porto-alegrenses, todos identificados. E vou concluir, Sr. Presidente, e quem examinar
estas 12 mil assinaturas verá que uma delas é de uma criatura de amizade e
convivência do Líder da Bancada do PDT, o ex-Deputado Hélio Carlomagno, um dos conselheiros do Sport Clube
Internacional, e uma das figuras que a Cidade conhece muito bem. Assim sendo,
encaminhando mais uma vez em favor do Substitutivo, contrariamente ao Projeto
original, concluímos que
Porto Alegre realmente fará uma opção que poderá não ser – e acreditamos que
não vai ser – a definitiva, num falso dilema que se quis criar aqui, de
atendimento ao social e privilegiamento ao verde. Nós sabemos que todo este universo de exploração e
de miséria, no campo social, a falta de habitação e saneamento... E na carência de áreas verdes e
qualidade de vida a exploração é uma só e os personagens que conduzem o
processo social e que manejam com e espaço de uma cidade desempenham papéis bem assinalados e temos certeza de que Porto
Alegre se não hoje, mas num breve espaço de tempo irá dizer que precisa
resgatar o seu compromisso com o social, seu compromisso de uma manutenção de um ambiente que possa conduzir a uma
vida melhor nas vilas e nos parques, porque da vila é que vêm os
freqüentadores dos parques, eles não vêm para
se banquetear em hotéis de cinco estrelas e eles não têm acesso a luxuosidade
de “Shopping Centers” e outras construções sofisticadas.
Pela aprovação do
Substitutivo, contra o Projeto original. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)O SR. PRESIDENTE:
Em primeiro lugar, as Emendas
estão sendo distribuídas aos Ssenhores Vereadores; em segundo
lugar, as decisões ocorrerão pela praxe seguida pelos usos e costumes da Casa,
que os Srs. Vereadores devem conhecer.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Com a palavra para encaminhar
o Ver. Antonio Hohlfeldt pelo PT.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O encaminhamento seria desnecessário no sentido de que já deixamos claro a nossa
posição, mas acho que o Ver. Artur Zanella na sua intervenção tentou colocar
algo no nosso discurso que não existe,
nós não falamos em nenhum momento em construção de casas, nós falamos que o
investimento necessário para o saneamento calculado por habitação é de 500
OTNs. É muito diferente.
É evidente também, até uma
questão de bom senso, que nenhum Governo Municipal, por mais avançado que
fosse, conseguiria fazer isso numa administração de quatro anos. É óbvio, mas
esta questão coloca exatamente em evidência a falsidade do discurso que
pretende dar um fundo social ao projeto que na verdade interessa a certos
setores da sociedade e que evidentemente não são os setores populares.
Quanto ao treinamento dos
ecologistas provavelmente o Ver. Zanella se enganou em relação ao treinamento
que se fazia há alguns anos atrás quando ele estava no Governo, e inventou a
Restinga, e é a maneira pela qual se
domina a Restinga até hoje, com os votos a sua própria candidatura. Ecologista
discutindo princípios básicos do
que que é meio-ambiente e a convivência com meio-ambiente. Combinar-se uma ação
coletiva, combinar-se como se vai comportar diante de determinadas
impossibilidades de como chegar a este Plenário, é bem diferente do que treinar; treinar é uma
palavra militar que não tem nada a ver com quem tem militância ecológica. Quanto ao trem metropolitano, o Ver. Zanella
se coloca agora um tão extremado defensor, gostaria de lembrar que esses 170 e
poucos mil cidadãos
transportados no trem metropolitano, poderiam ser 300 mil se o poder público
não fosse covarde diante da pressão dos empresários de ônibus, sobretudo o
pessoal da Vicasa e da Central, que não deixou expandir a lotação do trem metropolitano,
que poderia, portanto, ter uma tarifa muito mais barata ao ampliar a sua lotação, e que não o faz porque nem em nível
federal, nem em nível estadual se ousou
enfrentar os privilégios dos
empresários do transporte coletivo, que conseguiram manter, se não o monopólio absoluto, ao menos o domínio do transporte coletivo
metropolitano de Porto Alegre.
Em última análise, sobre a
questão do Projeto, em si, gostaria de realmente repetir aqui, e realmente
estou de acordo com o Ver.
Zanella, que a nossa discussão é de fundo, é realmente uma discussão ideológica, pois coloca duas posições
radicalmente contrárias, a visão da privatização e a visão da manutenção das
áreas sob a posse da maioria absoluta da população. É esta a nossa diferença. Ao final desta minha intervenção de encaminhamento,
Sr. Presidente, eu gostaria de me dirigir especialmente a V. Exa., deixar registrado nos Anais o alerta que já
lhe fiz particularmente. Nós entendemos que deveria esta Presidência tomas as
providências necessárias para garantir a segurança física de todas as pessoas
que se encontram aqui e fora
daqui, lá no pátio, porque as ameaças
continuam, e nós não gostaríamos de ver repetidos, hoje, os episódios de ontem.
E como o espaço do pátio é, também, responsabilidade desta Casa, acho que
devemos tomar a providência
cabível para garantir fisicamente a todas as pessoas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.) O
SR. CLEOM GUATIMOZIM (Questão de Ordem): Nos termos do Regimento Interno, para
contraditar o nobre Ver. Flávio Coulon, dizendo que a linguagem usada nas
Emendas é a linguagem que todo o Vereador deve conhecer, porque se refere ao Pplano
Diretor, não é para enrolar ninguém.
O SR. FLÁVIO COULON: Sinto não aceitar as
ponderações do Líder da Bancada do PDT e denuncio que, justamente o uso desta
linguagem, nas atuais circunstâncias, sem que possamos ter tempo para
decodificar as reais intenções destas emendas, é um expediente no sentido de
empurrar, através de uma maioria já obtida aqui nesta Câmara, Emendas que nós
não temos condições, no momento, de avaliar e tudo indica que são contrárias ao
interesse público.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa, como dirigente dos
trabalhos, não pode aceitar nem convalidar juízos de valor, nem de competência
das partes, motivo pelo qual se escusa de pronunciar-se a respeito e de dar
acolhida a qualquer andamento neste sentido. A Mesa anuncia que tem um
princípio: não deve ter juízo de valor sobre conteúdos de matérias e coloca
isto aqui.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Quero
informar ao Ver. Flávio Coulon e a qualquer Vereador presente que não tenha
lido nem estudado o Projeto, que eu estou em condições de, pedagogicamente,
explicar, em linguagem simples, aos que não estudaram o Projeto, aquilo que não
entendem. Se interessar mesmo esta informação, eu posso fazê-la, mas quero
sintetizar que ela apenas atende às reclamações daqueles que reclamavam da área
pública a ser atingida e que ela apenas pretende, a Eemenda,
diminuir em 18% o volume que ia ser edificado de área privada . Isto é muito
simples, e basta, ou boa vontade, ou um mínimo de intimidade com o Projeto que
hoje se aprova ou reprova, para saber isto. Demonstra a intervenção do Ver.
Flávio Coulon que ele não quer debater, porque ele não conhece, não sabe o que
é, não quer debater porque não teve a preocupação em estudar umo Projeto,
pois sua preocupação maior foi se postar contra ou a favor imediatamente.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede
vênia aos Srs. Vereadores, para dizer que os Srs. Vereadores terão assegurado,
pelo mandato que têm, dispor da tribuna, mediante inscrição feita perante o Sr. Secretário
dos trabalhos, pois a Mesa não pode ser colocada como árbitro da questão, de
vez que esse é o papel dos Srs. Vereadores nas suas individualidades. Em
questões dirigidas à Mesa, até o presente momento, não são pertinentes a ela,
de vez que são juízos de valor, e a Mesa não pode avançar sobre este assunto,
só podendo oferecer organicamente as inscrições, pois isso manda o Regimento
Interno. Pedimos a compreensão dos Srs. Vereadores, pois gostaríamos de nos
manter eqüidistantes dos juízos de valor, não só pelo Regimento Interno, mas,
sobretudo, pelo respeito recíproco que nos cerca.
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa consulta qual das
Bancadas deseja se inscrever. Inscreve-se a Bancada do PFL. Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, quando eu disse que a discussão maior era uma discussão filosófica, sabia que o
Ver. Antonio Hohlfeldt entenderia bem. S. Exa. não entendeu o que eu disse. Mas descobri, com pesar, que temos mais um homem
público contra a comunidade
da Restinga. Mais um. O Ver. Antonio Hohlfeldt é contra a Restinga. Os militantes do PT que são muitos, que se orgulham
da sua vila, e que vão obter –
segundo levantamento que se faz – a grande votação naquela vila, vão ficar
muito satisfeitos quando souberam que o Ver. Antonio Hohlfeldt diz que a Restinga é mais que
uma invenção minha ou do governo que eu trabalhei. São 120 mil pessoas em toda a área que foram
invenção minha. Se Deus quiser, que todos seguissem o conselho do Ver. Antonio Hohlfeldt e votassem em mim. Quando falei
em treinamento, Ver. Antonio Hohlfeldt, não falei em treinamento de
ecologistas. E se V. Exa. não gosta da
palavra treinamento eu a retiro. Isso é orientação. E eu não vi orientação de
ecologistas, eu vi orientação de uns meninos ecologistas, uns jovens
ecologistas que depois foram jogados aqui nesta Casa onde, segundo diz a imprensa, tinha gente armada, onde não tinha policiamento suficiente – meninos de
colégio que não foram treinados; foram orientados, vamos dizer assim. E eu vi,
ninguém me contou. Sei até a
roupa da pessoa que estava ali orientando todos aqueles meninos, a partir do
meio-dia, que vieram em grupo para cá. Diz S. Exa., não sei a troco de quê, em função
do Projeto, que as empresas Vicasa ou coisa que o valha não deixaram que se expandisse o trem
metropolitano. O trem metropolitano não foi expandido à época, Sr. Ver. Antonio
Hohlfeldt, fruto das exigências do Banco Mundial de que os equipamentos
deveriam ser feitos somente com os de fora. E essa expansão está sendo tratada até Sapucaia num
primeiro momento, e a Novo Hamburgo depois, pelo Engº Paulo César Sampaio de Oliveira, por sinal, integrante do
meu Partido. Mas, já que trata da expansão do trem, com os mesmos equipamentos,
informo a V. Exa. que o Engº Paulo César
Sampaio de Oliveira conseguiu a nomeação de mais 200 trabalhadores para o
Trensurb, para expandir. E gostaria que V. Exa. se informasse com o Presidente dos
Metroviários, que é do Partido de V. Exa., para ver todo o esforço para
expandir, com os equipamentos atualmente existentes, isso. E digo mais, elogio
o Presidente dos Metroviários, que é do PT, que
até hoje em todas as greves que fez lá manteve todo aquele equipamento nas
melhores condições possíveis, mostrando que são pessoas que também querem a
expansão daquele serviço.
Mas, encerrando, Sr.
Presidente, acho que pela segunda vez nesta Casa não vou concordar com a Vera.
Teresinha Irigaray. S. Exa. disse hoje que, em vista do que ocorreu ontem, não
aceitava aquelas flores. Eu diria,
com a responsabilidade de quem estava presidindo, naquele momento, a Sessão,
que viu naquele momento grave risco de vida para muitas pessoas, que viu, pela
primeira vez na história deste parlamento, uma invasão deste Plenário, que leu nos jornais de hoje,
pela primeira vez, uma invasão da Universidade, com as portas de vidro sendo
quebradas a pontapés, assim, digo para a Vera. Teresinha Irigaray que faça como
eu que estava presidindo a Sessão e como a
minha Bancada, aceite as flores porque tenho a certeza que, fruto das
discussões e dos debates, chegaremos a uma cidade melhor, a uma cidade mais
humana. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com a Vera. Jussara
Cony, pelo PC do B.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Não ao Projeto Praia do Guaíba. Porto Alegre amanheceu ontem com esta posição,
materializada na faixa que a AGAPAN colocou na torre da Usina do Gasômetro como
um marco de um ano de resistência do Movimento Ecológico reunido em torno do Movimento em Defesa dos
Parques e das Cidades que conta com a participação de cinqüenta e cinco
entidades. Representativas. Com a seriedade, exatamente porque ecologia é coisa muito séria e a seriedade com que entidades
como a AGAPAN vem prestando inestimável serviço na sua luta de resistência
desde a época do regime militar ao deterioramento da qualidade de vida do povo da nossa Cidade, do nosso Estado, prestando
inclusive valiosa colaboração a
atividades nesta área em nosso País. Não ao Projeto Praia do Guaíba. Esta é a
nossa posição, contrária a este Projeto, concebida a partir do que é majoritariamente a
opinião dessas entidades que se expressam em torno do movimento em defesa dos
parques das cidades, que completa hoje um ano de resistência. E não há melhor forma de comemorar um ano de
resistência do que comemora-la
com luta. Votaremos contra este Projeto como votamos contra todos projetos
desta natureza que são exemplos vivos dos interesses que se encontram em jogo
no regime do capital. Ao se
definir a função social da terra, do uso do solo urbano e agrário. No caso específico, repetimos o que dissemos quando discutimos o
Projeto, só se justificaria em nosso entendimento uma alienação de terra por terra, em ganho de área, em ganho de espaço para o que se constitui a
grande carência não apenas de Porto
Alegre, mas das grandes metrópoles
brasileiras. Habitação popular para os trabalhadores que constroem a riqueza desta Cidade e deste País. Somos contra
pela ilegalidade do contrato efetuado pela Prefeitura e a Empresa UA – Arquitetos
e Urbanistas Associados, pelo uso do
Decreto-Lei num país que continua sendo governado por
Decretos-Lei, o Decreto-Lei 2300 o mesmo
que o Presidente ilegítimo deste
País usou para justificar a construção da Ferrovia Norte-Sul sem licitação pública.
O Parecer da Procuradoria-Geral
do Estado alerta esta Casa. E fazemos
questão de alertar mais uma vez, desta tribuna, ao seu final o Parecer diz: “tendo presente o exposto, se pretende com estas
considerações, estendidas ao longo deste parecer, fornecer ao Legislativo do
Município de Porto Alegre alguns elementos que permitam a este órgão, representativo da municipalidade,
avaliar a julgar o documento obrigacional assinado pelo Sr. Prefeito Municipal e a Empresa AUA, Arquitetos e
Urbanistas Associados”. Que a folha
20 mais uma vez dá a esta
Casa subsídios que consideramos
de extrema importância para aqueles que legislam em nome do povo, através do
voto que o povo lhe conferiu. Continua o parecer: “face ao exposto seria conveniente uma
análise mais detalhada pelo Legislativo Municipal de Porto Alegre das atribuições e condições de prestação de
serviço da empresa contratada para verificar a possibilidade material e técnica
de a mesma realizar ou não as atividades
não inseridas em sua competência específica”. E ainda, atenção Srs. Vereadores: “examinar se o objeto se enquadra na hipótese
de dispensa de licitação prevista no Decreto-Lei 2300, o que se ensejaria, se a resposta for negativa, a alteração da cláusula 4ª da Carta-Contrato, e conseqüentemente do seu objeto, por infringência da norma legal”.
Somos a favor do Substitutivo exatamente por seus objetivos, e por uma questão
de princípios, que se baseia no uso social da terra, e não em que número de
hectares a mais ou a menos daremos com a votação deste projeto à especulação imobiliária. Nossa postura é
política. Nossa postura é ideológica.
Votaremos sim ao substitutivo, e não a este Projeto e nos
retiraremos deste Plenário por não concordar ao votar não a este Projeto com Emendas
demagógicas. Aqueles que votarem sim ao Projeto assumam, assumam também os hectares que serão doados à ADVB. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Inscreve-se a Bancada do PDT.
Com a palavra o Ver. Cleom
Guatimozim.O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, sou solidário
com as suas ponderadas considerações, reconheço que V. Exa. tem toda a razão,
mas faço um apelo para que o neo-pedetista, que há pouco se pronunciou,
compareça à tribuna e explique o Projeto, já que ele conhece tão bem, e, em
especial, a sua Emenda.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta manhã de
discussão do Projeto nós só
ouvimos, daqueles que se opõem ao Projeto, uma aula de OSPB. Só falaram em
capitalismo. E eu não vou fazer nenhum exame de OSPB. Não acredito que alguém que esteja estudando vá
fazer um exame. Se vai fazer, ficou sabendo que o capitalismo, que o
capitalismo, e que o capitalismo...
Mas eu queria, inicialmente,
me congratular pela recuperação da Vera. Jussara Cony que, ontem, estava com
problemas na coluna cervical e que hoje já retirou o aparelho para o pescoço, que estava
usando. Recuperação rápida e, da próxima vez, nós vamos encaminhar um voto de
congratulação ao seu médico pela rápida recuperação.
Também queremos nos
congratular com o PT por ter pedido à Mesa garantia aos funcionários desta Casa e aos Vereadores. Uma providência
que nós louvamos.
Não ouvi, Srs.Vereadores,
desta tribuna, as vantagens deste Projeto. Agora, eu devo confessar que a aprovação deste
Projeto, por esta Casa, nos deixa muito satisfeitos, porque sofreu uma triagem
violenta, além da imaginação daqueles que
se opõem ao Projeto. Foram examinadas
até as vírgulas. É verdade que alguns aspectos não foram examinados e outros
transpareceram que são
desconhecidos pelos oradores. Mas outros, ao contrário, foram exaustivamente
debatidos, principalmente o problema do capitalismo. Srs. Vereadores, os oradores que ocuparam a
tribuna, alguns falaram só no capitalismo. Vamos mudar na Câmara Municipal de Porto Alegre, a 5ª Capital do
País, pelo censo de 80, o regime político do País, contra o capitalismo, contra
os empresários. Devemos matar todos os
empresários que passarem por perto desta Casa. E dizia, também a Vera. Jussara
Cony, que o PC do B segue a
mesma linha. Deve seguir mesmo, com o mesmo número de representantes desta
Casa, para ser bem coerente com a linha a ser seguida.
A Sra. Jussara Cony: É um representante só,
Vereador, mas tem princípios.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Alguns Vereadores que vêm a
esta tribuna, querem colocar na cabeça da população, que a Câmara toda está
errada, só eles estão certos. É
o “Joãozinho do passo certo”. Que fiscalizem o Projeto nos mínimos detalhes. E
eu tenho elogiado a fiscalização feita
pela oposição, nesta Casa. Essa fiscalização tem alertado ara erros que o
Executivo comete. É trabalho ferrenho de exame que faz a oposição. Então, passando por essa triagem violenta, por
essa triagem que chega até à agressividade, e o Projeto sendo aprovado. Vejam
os Srs. Vereadores que belo
Projeto saiu daqui, que sucesso de Projeto.
Eu quero, Srs. Vereadores, que
esta Cidade progrida, ela vai chegar a ser megalópole, independente da vontade
de quem quer que seja.
Mas eu concluo, Sr.
Presidente, dizendo que, para concluir, aqueles que votarem hoje
favoravelmente, votam em favor da Cidade. Votam ao encaminhamento de uma grande megalópole do
futuro, em favor da população desta Cidade. Poderão dormir tranqüilamente ou,
então, poderá se pensar que a
minoria nesta Casa é mais sábia, mais inteligente e defende mais a população do
que a maioria desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede aos Srs.
Vereadores que ocupem suas tribunas e aos assistentes, ordem em nome da
democracia.
O Sr. 3º Secretário apregoará
um requerimento.
O SR. 3º SECRETÁRIO: Sobre a Mesa Requerimento
subscrito pelo Ver. Nei Lima,
solicitando que o Processo 2768, PLCE nº 15, seja votado nominalmente.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa seguirá a seguinte ordem de votação. Primeiro, vota-se o
Substitutivo. Os Vereadores favoráveis ao Substitutivo dirão “sim”, os Vereadores contrários ao Substitutivo dirão
“não”.
Solicito ao Sr. 3º Secretário
que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 09 Srs. Vereadores
votaram sim e 22 Srs. Vereadores
votaram não.
O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Substitutivo.
(Votaram SIM os Vereadores:
Antonio Hohlfeldt, Caio Lustosa, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José,
Nilton Comin, Rafael Santos, Flávio Coulon
e Marcinho Medeiros. Votaram NÃO os Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho,
Artur Zanella, Bernadete
Vidal, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Frederico
Barbosa, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz Braz, Nei Lima,
Nereu D’Ávila, Paulo Santana, Paulo
Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo.)
Em votação o Projeto, com a
Mensagem Retificativa e com ressalva das Emendas. Com a palavra o Sr. 3º Secretário.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 21 Srs.
Vereadores votaram sim, 10 Srs. Vereadores votaram não e 01 Sr. Vereador absteve-se de votar.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLCE nº 15/87, com Mensagem
Retificativa.
(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete
Vidal, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Frederico
Barbosa, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz Braz, Nei Lima,
Nereu D’Ávila, Paulo Satte,
Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo.
Votaram NÃO os Vereadores: Antonio
Hohlfeldt, Caio Lustosa, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin,
Paulo Santana, Rafael Santos, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros. Absteve-se
de votar o Ver. Hermes
Dutra.)
Sobre a mesa, Requerimento do
Ver. Artur Zanella solicitando que
sejam votadas em bloco as Emendas de 01 a 06.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, dada a relevância da matéria e público que acompanha atentamente o nosso
trabalho, eu pediria que as Emendas fossem destacadas uma por uma para que não se diga que os Srs. Vereadores votaram em bloco
e sim que votaram especificadamente cada matéria, principalmente porque não
tenho muita certeza de que as seis Emendas tratem do mesmo assunto.
O SR. ARTUR ZANELLA: Para contraditar, até quem
sabe esclarecer ao Ver. Werner Becker, as Emendas de uma a seis tratam da Sede
da ADVB. São cinco Emendas, Vereador,
que só incluem o termo EE12 cinco vezes. Logo, não tem nenhuma relação com
outro assunto que não seja a ADVB. As outras Emendas devem ser votadas uma a
uma.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Artur Zanella. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, a respeito das
Declarações de Votos ao Projeto, entendo que elas devem ser lidas antes de
serem votadas as Emendas.
O SR. PRESIDENTE: Havia dito que leria depois,
mas se V. Exas. fazem questão, eu procederei à leitura. É que nós interferiríamos no processo de votação,
Vereador.
O SR. FLÁVIO COULON: Peço a V. Exa. que consulte a
Assessoria da Casa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede um minuto.
(Pausa.) Como não se entrou no Processo e para não criar celeuma,
leiam-se as Declarações.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à
leitura das Declarações de Votos.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Lê Declaração de Voto de
Vereador anônimo.)
O SR. PRESIDENTE: Sem a assinatura, fica prejudicado.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Então, eu desisto, porque a
Declaração não faz referência ao Projeto.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não entra nesse
mérito.
Sr. Secretário, solicito
continuar a leitura das Declarações de Votos.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Lê.)
“Declaração de Voto
Coerente com o posicionamento
que sempre mantive nesta Casa de, ao votar NÃO ao Projeto, desconhecer as
Emendas apresentadas, não vejo
razões para permanecer no Plenário e transfiro aos Vereadores que aprovaram o
Projeto a responsabilidade de decidirem sobre as Emendas.
Flávio Coulon.”
“Declaração de Voto
Ao votarmos contra o Projeto,
retiramo-nos do Plenário, pois não pretendemos ser coniventes com qualquer
aspecto do Projeto original.
Sala das Sessões, 18 de agosto
de 1988.
(aa) Antonio Hohlfeldt, Caio
Lustosa, Jussara Cony, Mano José, Rafael Santos e Nilton Comin.”
O SR. FLÁVIO COULON: Por uma questão de justiça,
então, eu noto que a Declaração de Voto não assinada é do Ver. Paulo Sant’Ana.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, a Mesa não faz nenhuma ilação. Não cabe a Mesa aceitar e V.
Exa. sabe.
Em votação as Emendas de nº 1
a 6, em bloco. O Sr. Secretário fará a chamada nominal dos Srs. Vereadores.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 17 Srs. Vereadores votaram sim e 06
Srs. Vereadores abstiveram-se de votar.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADAS as Emendas.
(Votaram SIM os Vereadores:
Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim,
Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz
Braz, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray e Valdir
Fraga. Abstiveram-se
de votar os Vereadores: Elói Guimarães, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Werner Becker e Wilton Araújo.)
Em votação a Emenda nº 7. Com
a palavra, o Sr. Secretário “ad doc”.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 20 Srs.
Vereadores votaram sim e 01 Sr. Vereador votou não.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 7.
(Votaram SIM os Vereadores:
Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim,
Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra,
Ignácio Neis, Jaques Machado, Luiz Braz,
Nei Lima, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir
Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Votou NÃO o Ver. Jorge Goularte.
Em votação a Emenda nº 8. Com a palavra, o Sr. Secretário “ad doc”.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 21 Srs. Vereadores votaram sim e 01
Sr. Vereador votou não.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 8.
(Votaram SIM os Vereadores:
Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim,
Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra,
Ignácio Neis, Jaques Machado, Luiz Braz, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir
Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Votou NÃO o Ver. Jorge Goularte.)
Passamos à Emenda nº 9. Com a
palavra, o Sr. Secretário “ad doc”.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 17 Srs. Vereadores votaram sim, e 01 Sr. Vereador votou não e 01 Sr. Vereador absteve-se de votar.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 9.
(Votaram SIM os Vereadores:
Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum,
Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz Braz, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga e Werner
Becker. Votou NÃO o Ver. Wilton Araújo e absteve-se de votar o Ver. Elói
Guimarães.)
Agora, votaremos a
Emenda nº 10. Com a palavra o Sr. Secretário “ad doc”.
O SR. SECRETÁRIO “AD DOC”: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 17 Srs. Vereadores votaram
sim, e 02 Srs. Vereadores votaram não e
01 Sr. Vereador absteve-se de votar.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 10.
(Votaram SIM os Vereadores:
Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum,
Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Luiz Braz, Nei Lima, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir
Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Votaram NÃO os Vereadores
Jorge Goularte e Nereu D’Ávila. Absteve-se de votar o Ver. Elói Guimarães.)
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só a título
de informação, como vai proceder a Mesa com respeito à Sessão Ordinária que teria início às duas horas
da tarde?
O SR. PRESIDENTE: Informa a Presidência da Casa
que já determinou o cancelamento da Sessão Ordinária, mas haverá a Sessão Solene em
homenagem ao Sr. Veiga Sanhudo.
Sobre a mesa, Requerimento de
autoria do Ver. Cleom
Guatimozim solicitando que o Proc. nº 2768/87 – PLCE nº 15/87 seja dispensado
de distribuição em avulsos e interstício para Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Acredito
que os Srs. Vereadores farão normalmente as inscrições que se abrem neste
momento. Elas terão uma praxe: deverão ser feitas rigorosamente junto ao Sr.
Secretário dos trabalhos, e o Vereador que quiser ser inscrito comunique ao Sr.
Secretário, pois a Presidência tem que controlar o tempo. A Presidência se
louvará, exclusivamente, nas inscrições feitas na Secretaria da Mesa, e esta
posição vale para esta presidência, ou para qualquer outra que venha a assumir
os trabalhos. A Mesa solicita aos Srs. Vereadores que façam suas inscrições.
Primeiro
inscrito é o Ver. Caio Lustosa, V. Exa. tem dez minutos.
O SR. CAIO LUSTOSA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, representantes da comunidade comunitária e parcela
do povo, parcela de 66, que aqui está nas galerias.
E, este
Projeto denominado Praia do Guaíba, ele teve um início sigiloso. Quando em
abril de 87, o Sr. Prefeito Municipal
assinou um contrato, só ele com o Escritório de Arquitetos e Urbanistas
Associados, dirigido pelo Sr. Jorge Debiagge, este contrato ficaria nos
arquivos do Ppaço
Municipal, se não fosse o milagre do xerox, e se esse xerox não viesse, através
de um envelope, até os gabinetes dos Vereadores desta Casa, entre os quais este
que lhes fala. E justamente a este contrato preliminar. Para estudo da
viabilidade urbanística, arquitetônica e paisagística da orla de 6km do rRio Guaíba, é nesse
contrato que reside toda ilegalidade, que passou daí para frente a presidir o
comportamento do Executivo Municipal. Foi feito nos termos do Decreto-Lei nº
2.300, Decreto-Lei Lei Ffederal, para quem não sabe, o
mesmo Decreto-Lei expedido pelo Governo Sarney, expressa e adredemente para
“legalizar” a construção da malfadada ferrovia Norte-Sul. Então, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, já começou mal o encaminhamento desse Projeto com contrato
aparentemente inocente, mas com uma cláusula leonina, uma
cláusula exorbitante e contrária ao interesse público, ao interesse da
municipalidade e contribuintes de Porto Alegre e dos cidadãos, enfim, que esse
interesse deve nortear. É a cláusula 4ª que diz expressamente que “na hipótese
de aprovação de estudo de viabilidade – que depois o Aarquiteto
Debiaggi veio a desenvolver – “ficam assegurados à contratada” – a firma do Sr.
Debiaggi – “os direitos autorais pertinentes ao desenvolvimento dos projetos de
urbanismo, arquitetura e paisagismo”, e aqui vem o aspecto mais grave: “a
coordenação de todos os demais projetos complementares necessários à execução
das obras, bem como a coordenação da equipe especializada no estabelecimento do
plano jurídico, econômico e” – aqui chamo a atenção de
todos – “mercadológico”.
Mercadológico quer dizer o quê? No plano da transação, da venda, da alienação,
da permuta de áreas que estão pelo Plano Diretor dentro do patrimônio da
municipalidade, pertencendo a cada um e a todos desse milhão e pouco de
porto-alegrenses. Pois esta cláusula que aqui está e que foi assinada pelo
Prefeito, permitea a um só
cidadão, como que numa ressurgência do tempo da capitanias hereditárias em que
ao Capitão-Mor era dado todo o poder, inclusive o de aplicar justiça sobre os
territórios em que esse estabelecia o seu feudo. Aqui, então, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, cidadãos de Porto Alegre, reside o passo inicial de um cortejo
de ilegalidades de comprometimento do patrimônio público em benefício a
interesses privados ainda não expressamente declarados, mas que, pelo que se
sabe, pelo que vivemos da história desta Cidade, principalmente nestes últimos
cinco anos, vai aquinhoar os mesmos grupos que patrocinaram a alteração para
pior do Plano Diretor. Será que Porto Aalegre já esqueceu o que foi a
alteração do Plano Diretor? Será que Porto Aalegre já esqueceu, por
exemplo, que ali, nos fundos do Colégio Protásio Alves, nas imediações do Ccentro Mmunicipal de
Cultura, uma área nobre de centenas de metros quadrados de valor praticamente
inimaginável, e onde está se anunciando a construção do Plaza Miró, do Grupo
Encol, com pobres e modestos apartamentos de seis milhões de cruzados, no
mínimo, s. Será que
Porto Alegre ignora que aquilo ali foi trocado por uma chacrinha no Bbeco da
Fumaça? Será que Porto Alegre ignora isto? E que o pretexto, nessa
oportunidade, como agora, é atender os humildes? Porque o fundamento social
para esta venda, contra a qual muitos Vereadores desta Casa se rebelaram, era a de
construir habitações par a os funcionários do
Departamento Municipal de Habitação?. Uma área nobilíssima de
centenas, senão de mais de mil, e digo eu, meio hectare talvez, trocada por uma
área no Beco da fumaça. Elas por elas. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
a questão, a. Aqui,
fundamentalmente, reside em analisarmos a partir desta cláusula, o estilo de
administração que, com o pretexto de modernizar, de urbanizar, de aproveitar,
de civilizar, segundo a palavra do Prefeito, os 100 hectares desta orla, tenta
levar à venda, inicialmente 23 hectares, de uma área cujo valor, também, não
consta do processo de avaliação, o preço.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa.
terá mais dez minutos, conforme referiu anteriormente, Sr. Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO LUSTOSA: A questão
fundamental, então, reside nisto. Através de um contrato preliminar e cuja
legalidade já está toda ela contestada pelo Parecer nº 7.342, da
Procuradoria-Geral do Estado, esta venda é ilegal, é contrária ao interesse
público. Os outros aspectos até, paisagístico, urbanístico, ecológico, caem,
debaixo da gravidade deste tipo de contrato. Não é este Vereador quem diz, mas
sim a Procuradora Ana Maria Landel de Moura, em seu Parecer aprovado pelo Corpo
de Procuradores da Procuradoria-Geral do Estado, e pelo seu
titular maior, que é o ilustre jurista Manoel André da Rocha. Diz ela em seu
Parecer: “outro ponto que cumpre destacar na análise desta Carta-Contrato é o
que se refere à interpretação da cláusula 4ª do citado instrumento
obrigacional, e que a figura contratada” - abre aspas – “os direitos autorais
pertinentes ao desenvolvimento de projetos de urbanismo, arquitetura e
paisagismo e a coordenação de todos os demais projetos complementares
necessários à execução das obras, bem como a coordenação de equipe
especializada no estabelecimento de plano jurídico, econômico e mercadológico”,
e por aí vai. E acrescenta expressa e sem dúvida alguma a Procuradora, causa
estranheza a edição dessa cláusula, de vez que o artigo 77 do Decreto-Lei
2.300, suporte legal do ajuste, expressamente determina que a
administração somente premiará projeto desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais, cabendo a fiscalização e execução ao Ppoder
Público, facultando-se apenas ao contratado, ou prestador do serviço, o
acompanhamento de sua execução. E o mais sério, ainda nesse Pparecer, é
quando a sua prolatora afirma, mais forte ainda fica ressaltado, diz ela, face
ao que já foi exposto, através da leitura dos dispositivos legais citados, e
transcritos que orientaram a transação, objeto da referida Carta-Contrato, a
impossibilidade jurídica de a Administração Municipal e o Poder Executivo,
delegar e ceder, através de norma obrigacional, a ser preenchida pela
contratada, direitos e deveres ínsitos ao Poder Público, sem o devido
procedimento licitatório a órgãos, empresas e profissional especialmente
habilitados para a execução da atividade delegada, ou concedida. Eu sei que é
cansativo estar repisando um parecer que se encontra em poder de todos os
Vereadores, mas cujos termos não cegaram à população. A população ignora tanto
o contrato este firmado em 87 entre o Prefeito e o Grupo Debiaggei, como
ignora os termos deste parecer. Mas, a discussão que se procedeu neste ano e
pouco conseguiu, apesar das barreiras naturais que se estabeleceram na Cidade,
porque esta questão é uma das questões-tabus, que mexe com um patrimônio
imenso, mas, por isso
mesmo, a Cidade tem que discutir. E não fora, talvez, aquele gesto heróico dos
jovens da AGAPAN no dia de ontem subindo a torre da Usina do Ggasômetro,
não teríamos a cobertura e o interesse despertado para esta discussão e
votação.
E foi ontem,
mesmo, que também chegou aqui um pronunciamento de 50, não são cinco5, 50
técnicos do mais alto nível da Secretaria
do Planejamento, a pedir, a
suplicar a cada um e a todos os Vereadores
desta Casa que não aprovem
este Projeto, porque ele mercadeja, ele vende, ele transfere, para lucro de
quem, não se sabe. O patrimônio da Cidade.
Então, se
faz colocações inapropriadas, procurando inverter o rol das discussões, como se os
ecologistas fossem um tipo de espécie ou de sub-espécie humana, que de repente
quisessem deter, que quisessem enfear, macular, comprometer a orla do Guaíba,
quando é justamente o contrário.
Acusam-nos
de radicais, porque nós apresentamos um Ssubstitutivo. E não é um
projeto individual, é um Substitutivo aprovado por quase a unanimidade da
Comissão Especial, com Vereadores de todos os matizes ideológicos, como o Ver.
Rafael Santos, que é um liberal, como o Ver. Mano José, Vvereadores
da esquerda, sim, Vvereadores
do centro e de todos os espectros. E este Substitutivo, no que ele difere do
Projeto original? Fundamentalmente nisto. E é ele que iremos votar, em primeiro
lugar. Faculta, sim, queeu o Município até transacione
uma área do seu patrimônio, mas uma área que o próprio Plano Diretor autoriza
ser transacionada. Seis hectares, não 16, nas imediações do entorno do Sport
Club Internacional. E chegou-se a dizer que nós, maquiavelicamente, como também
se fossemos uns loucos, uns vândalos contra o esporte das multidões, queríamos
entregar o Internacional. Disse-se isso, quando basta examinar as plantas e
verificar-se que, provavelmente, o Internacional esteja, um pouco, expandindo
os seus limites, mas isto é passível de corrigenda, de adequação. O que é certo
é que, naquela UTS 31, existem seis quilômetros, fora dos parques, fora
das áreas verdes, para que o Prefeito faça o seu negócio imobiliário. Agora,
fique esclarecido, Sr. Presidente ...
(Tumulto no
Plenário.)
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, povo de Porto Alegre, é interessante que se
queira agora usar o argumento das plantas da Cidade. Eu também duvido da
localização feita nos anexos. Duvido, sim, e de todas as plantas dessa área, de
todas elas eu duvido. A, a própria Procuradoria-Geral
do Estado também informa – e isto é objeto de um processo judicial, de um
protesto – que a divergência entre as áreas pertencentes ao Estado, ao Mmunicípio,
ao DNOS, à União, é tamanha, e como posse eu me louvar, por exemplo, naquelas
plantas que estão ali no processo que a Comissão Especial, a requerimento de
sua quase totalidade de integrantes requereu as plantas e em papel vegetal, como exige
qualquer projeto arquitetônico e como exigem as normas da ABNT. Não existe a
construção de uma apartamento 3x4 que não exija a planta, em papel vegetal,
autenticada, merecedora de credibilidade. Aqui nós temos plantas xerocadas e
não vamos nos esquecer que esta própria Câmara, logo a seguir da questão com o
Plano Diretor, suscitou uma Comissão de Iinquérito, onde foi
presidente o Ver. Nilton Comin e que ficou claramente estabelecida a balbúrdia
com que essas plantas são manipuladas. Existem plantas para o cidadão comum
saber do território municipal, existem plantas para os donos dos grupos
imobiliários. Quais delas são as autênticas? Quais delas merecem crédito?
Então, srSr. Presidente,
nós vamos concluir, por enquanto, certos de que foi um trabalho exaustivo o da
Comissão Especial, por que, ao contrário do que o Prefeito diz, esta Comissão
apresentou uma alternativa que conta com o respaldo do Instituto dos Arquitetos
do Brasil, do Conselho Federal de Economia do Rio Grande do Sul, de 54
entidades da sociedade civil. Claro, das que não fazem reunião-almoço,
“regabofes” muito bem servidos nas associações de classes dos chamados
dirigentes das classes produtoras.
Vou
concluir, Sr. Presidente, agora quanto ao mérito. Eu me indaguei e nos
indagamos todos, já que se diz que isso é um Projeto para civilizar esta
província rude,. aAtrasada e cabocla, como foi
ainda ontem colocada pelo Líder do PDT. Eu me indaguei se nos países
civilizados acontece uma coisa dessas, nos ditos civilizados. Eu perguntei se
em Paris algum empresário amiguinho do Sr. Giscard d'Estaing atreveu-se a colocar um hotel de cinco
estrelas dentro de um parque, ou um shopping center ou uma escola de “merchandaise”? Verifiquei
que não. Talvez nos países escandinavos, nos belos parques de Oslo, lá ninguém
se lembrou de colocar coisas privadas dentro do patrimônio público. Buenos
Aires, talvez.,
Montevidéu, aqui perto, não.
Mas, me
aventurei a pensar quem sabe na pátria do capitalismo opulento? Nova Iorque, o
Central Park? 350 Trezentos e cinqüenta hectares de
terra, de parques maravilhosos, nem na cadeia Hilton, nem na cadeia Sheraton,
nenhum dos plutocratas americanos, norte-americanos se atreveu a fazer isso que
o Prefeito dessa província se anima a fazer. A ele, só nos resta encerrar com a
palavra de um grande líder que divergimos sim e fundamentalmente em muitos aspectos, mas
que neste passo está recoberto de razão: “ninguém entrega, ninguém passa àás mãos
privadas, impunemente, o patrimônio público”. Leonel de Moura Brizola,. 8.8.88, na
Rede Bandeirantes de Televisão. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O O SR. PRESIDENTE: O próximo
inscrito é o Ver. Marcinho Medeiros. V. Exa. tem dez minutos.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, público aqui presente, senhores da imprensa, ao
usar a tribuna, o faço em defesa da Cidade, em defesa das poucas áreas de lazer
que a Cidade de Porto Alegre possui. Nnão quero contribuir com meu voto
à privação dessas áreas da Cidade , àa sua população. Não quero
contribuir, com meu voto, à entrega
desse patrimônio da Cidade para grupos econômicos, muitos talvez nem sede
tenham na Cidade, mas que venham para cá se instalar e explorar os recursos naturais,
os parques, as áreas que estariam à disposição da população de Porto Alegre.
Porto Alegre é hoje , ainda, uma população carente de áreas de recreação
pública, a onde a população sacrificada, menos privilegiada da Cidade não pode
sair dela, porque não tem recursos econômicos
O Projeto
Praia Guaíba afasta a população de seu rio, porque na medida em que entrega para sanha do capitalismo, um shopping center
numa área onde a população poderia se distrair, eu pergunto aos Senhores, onde
está o socialismo moreno, que deve ser entre aspas e ao lado colocado:
capitalismo moreno do PDT. Porque vejam os Senhores...
(Palmas e
vaias ao mesmo tempo.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede
vênia ao orador, pede que desconte o seu tempo. A Mesa informa às pessoas que
nos honram com suas presenças, hoje, que a Mesa é incumbida por força de lLei a não
permitir manifestações. É um constrangimento para quem assim o faz, mas um
dever. Peço que os senhores compreendam o meu dever e o dever dos componentes
da Mesa. Os homens são uma circunstância, as leis são uma permanente. Obrigado
aos senhores.
Ver.
Marcinho Medeiros, o seu tempo vai ser descontado.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Pois vejam
bem senhores, uma administração que durante sua campanha para assumir o comando
da Cidade pregou uma doutrina dita socialista e realiza uma administração muito
mais capitalista do que as anteriores, que teriam até certo ponto razão para
defender o interesse capitalista em detrimento do interesse da coletividade da
nossa Ccidade.
Estranhamos pois e achamos que por trás desta obra faraônica que se quer
implantar numa á5rea em que
a Ccidade
cometeu um erro no passado ao aterrar o rio, numa á5rea em que
a Ccidade
não tinha necessidade, porque tinha
espaço necessário para poder planejar a sua urbanização e não sacrificar o seu
rio, que nem ée rio, é e um lago,
porque está localizado dentro de uma fossa tectônica, a mesma fossa que deu
origem aos morros de Porto Alegre. Pois bem ssenhores, Porto Alegre, no
passado, cometeu um erro ao aterrar o seu lago, tirar o manancial turístico, de
recreação à a sua
disposição, para entregar a grupos econômicos, entre os
quais a Maguefa, que esta aí a criar
problemas atualmente para nossa administração e que faliu e que ninguém sabe
onde estãio seus
terrenos, quem paga seus impostos. Atée hoje nada ficou esclarecido.
E nós vamos cometer os mesmos erros novamente para poder entregar alguma coisa
a grupos econômicos, onde querem implantar um shopping center
que é o suprasumosupra-sumo das realizações do
capitalismo, onde as pessoas são induzidas a consumir alguma coisa. E isto é o
que se faz numa administração dita socialista, que, de socialismo, até agora,
não realizou nada, a não ser aquelas tarefas normais de uma administração púublica,
entre as quais, logicamente, a construção de escolas.
Estranhamos,
Srs. Vereadores, que haja uma insistência muito grande para que esta Casa
aprove um Projeto em que a atual Administração não terá tempo para realizar este Projeto, mas que
compromete, para o futuro, o patrimônio público de nossa Cidade, entregando
este patrimônio púublico para a sanha da açãocho privada
do sistema capitalista. Ficamos,
neste momento, votando com uma liderança com a qual nóos não nos identificamos,
que é a do ex-Governador Leonel de Moura Brizola. Ficamos, neste momento,
comprometidos com esta liderança e não entregaremos o nosso patrimônio público
para a ação de meia -dúzia, que, às vezes, nem
mora em Porto Alegre, mas que querem enriquecer às custas da cidade de Porto
Alegre. Não vamos permitir com o nosso voto que os nossos eleitores do futuro
venham nos cobrar: porque entregaste um espaço que era meu para os outros que
não moram na Ccidade?.
Portanto,
como o Projeto deixa muito a desejar, as análises técnicas já foram realizadas,
nóos ficamos
com uma interpretação política da realização do Projeto. Não podemos
abrir mão das áreas de lazer da Ccidade. Porto Alegre é uma cCidade
carente de áreas de lazer e, conseqüentemente, terá que lutar para ampliar os
seus espaços. Existem, ainda, grandes espaços
vazios na Cidade, até áreas para se construir shopping centers, mas que
pertencem a particulares. Por que o patrimônio pPúblico deve
ser entregue sem necessidade? Nós, como Vereador, na humildade da suplência que
hoje ocupamos, ficamos ao lado daqueles que, modéstia à parte, contribuíram
para que nóos, hoje,
pudéssemos assumir esta tribuna. Não entregaremos uma área de domínio público
para a ação privada!: Não entregaremos uma área
que precisa ser urbanizada e limpa, retirando até as figuras de papeleiros,
pois, quer queiramos ou não, somos um País subdesenvolvido, onde o domínio do
capital e da iniciativa privada desalojou grande parte da população brasileira
e colocou 70%,. no mínimo,
de sua população numa posição de não- consumidores!: Um País
que, em 1985 possuía 136 milhões, sendo 36 milhões considerados não-
consumidores, e quando falamos em não- consumidores, nos referimos
aquele àquele que não tem
condições de comprar uma passagem para ir até o Atlântico e tomar um banhozinho
de mar no fim -de -semana!: Pois
grande parte desta população precisa do seu rio, e não é colocando em cima dele
um sShopping cCenter, uma
marina ou um hotel de cinco5 estrelas é que nós vamos
devolver o rio à sua população! D: despoluir o rio é Projeto
Rio Guaíba. Poluído ou não ele serve à população de Porto Alegre e nóos não
podemos privar a Cidade do seu rio e entregá-lo para que meia dúzia - muitos
dos quais não moram na Cidade - possam vir aqui explorar os moradores de Porto
Alegre. E, ao lado dos moradores da Cidade, ao lado da população de Porto
Alegre, eu vou dizer não ao Projeto Praia do Guaíba. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a
palavra, o Ver.
Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, senhores. funcionários da Casa, pessoas presentes,
radiouvintes que ouvem a transmissão destes trabalhos - acentuo esta
circunstância de que os trabalhos estão sendo transmitidos, para que não se
diga que estamos discutindo, aqui, a portas fechadas. Quem quiser ouvir, pode
ouvir, quem quiser entender, pode entender, e quem quiser saber, pode
perguntar, Ver. Flávio Coulon. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece haver,
ao menos, um ponto de concordância, em relação a este Projeto, comum, total. A
área objeto deste Projeto deve ser urbanizada. Assim como estáa não pode
ficar. Me parece que, sobre isto, não ouvi nenhuma discordância. O que ée que
existe, lá, atualmente? Ocupações irregulares, de gente lá instalada, sem um
mínimo dos requisitos da condição humana. Na Vila Cai-Cai e no Dilúvio. Sem um
mínimo de infra-estrutura. O que mais existe lá? Um comércio agora incipiente,
anomalamente instalado, mas que tem que se implantar, se instalar lá. Comércio,
e não pequeno comércio. Já é um comércio que pega as características médias. O
que mais? Área pública de estacionamento, que vem sendo ocupada privadamente.
Que mal? Área de lazer extremamente mal equipada, por falta de recursos. O
Arroio Dilúvio, com seu cortejo de imundície, lixo e sujeira. E o resto, o
resto ée deposito
de lixo e, queiram ou não, é lixo, é mato. ÉE mato. Só aqui em Porto
Alegre se confunde lixo, sujeira com ecologia; ecologia ée uma coisa
séria, e não tem nada a ver com histerismo, não tem nada a ver com preconceito,
não tem nada a ver com superficialidade, e pretendeu-se abortar o Pprojeto com
a apresentação de um Ssubstitutivo. Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, pediria uma atenção especifica com relação ao Ssubstitutivo
apresentador: o Substitutivo apresentado é uma peça de negligência, ée uma peça
de ignorância, ée uma peça
de temeridade, é e uma peça de irresponsabilidade. Se querem, eu repito:, o
Substitutivo apresentado é uma peça de ignorância, de irresponsabilidade, de
aventura aqui dentro desta Casa, porque hoje não tem chute, hoje, ninguém vai
chutar de fora da área. Primeiro, se condenava o Projeto, porque
mexia no Plano Diretor, e o Ssubstitutivo mexe no Plano
Diretor, ou não mexe? ÉE bom frisar que o
apresentador do Ssubstitutivo
ocupou a tribuna durante 20 minutos, e não disse uma palavra sobre o
Substitutivo, porque não conhece o Projeto, nem o Substitutivo. Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, o Projeto afeta áreas que já estão afetadas, e num parecer,
e numa redação que me surpreende, porque assinada por um bacharel, procurador,
e que tanto fala na Procuradoria, põe um artigo em que diz: “essas áreas não
poderão ser desafetadas e nem alienadas”. Será que ele não sabe? Evidente que
não. Evidente que não precisa colocar na lLei, evidente que só pode
desafetar por lei. Evidente que só pode alienar por lei, ou será que não sabem?. Antes eu
pensei que era, não sei,
estou -me
convencendo que é ignorância. As áreas que o Substitutivo pretende dispor não
têm nada que ver com o Projeto Praia do Guaíba e muitas delas nada com o Rio
Guaíba e nem Praia do Guaíba. Foram sorteadas a dedo no Mapa Diretor. A UTS 5, o que é que
tem que ver com a Praia do Guaíba? Nada. Chega de embuste. Ecologia, ecologia,
quanta bobagem se diz em teu nome.
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, para nós, hoje, a irresponsabilidade, ela prevê
para a área territorial funcional 31, desde que caracterizada a sua área como
bem patrimonial ou seja desafetada, ela poderá ser alienada no todo ou em parte
e a UTF 31 é o Beira Rio ou não é, Ver. Caio Lustosa?. Se propõe aqui,
irresponsavelmente, para se trazer qualquer
documentação aqui, porque não se queria chegar
de mãos vazias, que seja
vendido em todo ou em parte o Estádio Beira Rio. Sou gremista de décadas, mas a
tanto não foi o meu anti-cobradocolorado. Ninguém responde, ninguém
diz nada. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mas se especula tanto com
multinacionais, se especula com tantas paranóias, deixa eu especular um pouco.
Será que este Substitutivo, depois da nossa venda dos
melhores jogadores para o Exterior, não estáa ligado a algum empresário
que quer destruir o Internacional? Porque o campo querem levar pelo
Substitutivo, mas esta
Casa não vai ir pelo chute, não. Não vai aprovar esta bobagem. E até agora não
se respondeu nada sobre isto. No todo ou em parte da UTF 31. E não se venha
sofismar dizendo que os mapas não merecem fé e que são alterados. ÉE por que o
Projeto se refere ao mapa, então? ÉE por que o Projeto se refere
à UTS 31, que está
perfeitamente limitado? E desde que delimitado, nunca foi alterada. É porque,
não se tendo nada que dizer, tem que se dizer alguma coisa - e me lembro de uma
personagem de Bernard Shaw, que sabe que pensa pelos ouvidos, porque
primeiro fala, e depois ouve o que disse, para começar a pensar. Penso que a
opinião pública - desculpem a minha indignação -, de Porto Alegre, não merecia
tanta mistificação, tanta superficialidade, tanta irresponsabilidade.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Vereador, em primeiro lugar,
devo pedir desculpas, porque, quando V. Exa. me citou no seu discurso, estava
conversando com o .Dr. Geraldo Gama, que o cumprimento, porque o considero um
oásis dentro da Administração Alceu Collares. Presto, aqui, a minha homenagem.
Em segundo lugar...
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. já
disse que a Secretaria de Educação é um oásis, não sei o que, oásis. Que
deserto rico e florido este, que está cheio de oásis. Parece que não tem areia.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann cede o seu tempo a V. Exa. ,
Ver. Werner Becker.
O Sr. Flávio Coulon: Em segundo
lugar, Vereador, ainda não tinha tido oportunidade de cumprimentáa-lo
publicamente, por ter aderido ao PDT.
O SR. WERNER BECKER: Muito
obrigado. V. Exa. , em segundo turno, vai aderir.
O Sr. Flávio Coulon: Espero que
Deus me poupe esta desgraça.
O SR. WERNER BECKER: Não, não vai
poupar.
O Sr. Flávio Coulon: Em terceiro
lugar, quero lhe lembrar que o comércio que existe na Vila Cai-Cai surgiu,
exatamente, na Administração Collares. Em quarto lugar, devo lhe lembrar que essa
vila, às margens do Arroio Ipiranga, é conhecida como Vila Alceu. Em quinto
lugar, quero lhe dizer que, quando V. Exa., que é o
maior estudiosos, que mais conhece este Projeto ....
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. é
que o diz.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. se
jactou aqui, num brilhante aparte, há pouco, que é o que mais entende. E quero
lembrar, já que V. Exa. é o que mais entende, que a UTR 31 não é só o Beira--Rio.
Vereador - – só para
repor a verdade. Ela vai mais além do Beira-Rio, vai até a Vila Cai-Cai. Talvez
no seu mapa não tenha visto isto. Em sexto lugar, quero lhe fazer uma pergunta,
já que V. Exa. se dispõe a esclarecer.
O SR. WERNER BECKER: Só uma
correção: não entendi, na área, UTR 31.
O Sr. Flávio Coulon: É que a sua
planta não tem.
O SR. WERNER BECKER: Há uma
correção, eu não encontrei na área UTR 31, encontrei foi a UTF 31. V. Exa. está
confundindo UTR com UTF, é totalmente diferente.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
falou em UTR e eu estou usando a sua linguagem.
O SR. WERNER BECKER: Não é a minha
linguagem, é a linguagem o Plano Diretor. Falei em UTF.
O Sr. Flávio Coulon: Então, a
UTF 31, que V. Exa. se referiu aí, não é só o Estádio Beira-Rio, ela vai mais
além. Eu queria perguntar, já que V.Exa. ofereceu-se a esclarecer as emendas,
por que a sua Emenda, que propõe a eliminação das áreas PPG 1 e 3 e PPG 1-4 não
englobou a PPG 1-2, que é uma parte do shopping, a parte antes do Arroio
Dilúvio, e por que não incluiu a PPG 1-1, que é o hotel? Já que, segundo vi, a
sua Emenda visava exatamente retirar o shopping center daqui, porque não é
necessário e vai ser construído um outro ali, não precisa e a concorrência vai
ser grande e o hotel, segundo foi dito aqui que também seria retirado da emenda
e que aqui na minha planta, é assinada e faz parte do Projeto, o hotel aqui é
PPG-1. então, saiu o hotel da sua Emenda? Saiu o shopping da sua Emenda? Ou não
saiu? Se saiu, por que na sua linguagem cifrada aqui não foi incluído o PPG 1-2
referente à continuação do shopping e o PPG 11 referente ao hotel?
O SR. WERNER BECKER: Eu pediria a
V. Exa. que depois me cedesse tempo, porque meu tempo é exíguo.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa tem
doze Vereadores ou treze que podem ceder-lhe tempo.
O SR. WERNER BECKER: Os doze têm
o que falar e dizer.
O Sr. Flávio Coulon: Os doze
abrem mão par ao seu brilhantismo.
O SR. WERNER BECKER: Estão rindo,
mas na Bancada do PMDB ninguém abre mão do brilhantismo do ver. Flávio Coulon,
porque ele foi expulso da Liderança do PMDB por unanimidade.
O Sr. Flávio Coulon: E teria meu voto para ser expulso.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. Faz
autocrítica de vez em quando.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, eu queria felicitar
V. Exa. por que está examinando o Projeto e não está dando aula de OSPB,
dizendo o que é capitalismo e o que não é capitalismo.
O SR. WERNER BECKER: Eu vou
responder ao Ver. Flávio Coulon depois que sua assessoria terminar o diálogo,
porque senão depois ele afirma que não ouviu. Vereador, a UTF 31 inclui o
Estádio Beira-Rio na sua grande totalidade, concorda? E o Substitutivo fala em
todo, na parte ou em todo. Então, autoriza em todo inclui o Beira-Rio.
Matemática elementar, concorda?
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se não é um raciocínio normal, eu
até aceito, porque eu não posso imaginar que alguém imagine que possamos vender
o Beira-Rio ou que desapropriemos o Beira-Rio. Só uma mente muito inteligente para
imaginar isso.
O SR. WERNER BECKER: Está escrito
aqui, ou será que V. Exa. não sabe ler? É pra mostrar a irresponsabilidade com
que foi feito.
O Sr. Flávio Coulon: Não, está
interpretado assim por V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Está
escrito. Quer ver de novo ou será que não sei ler?
O Sr. Clóvis Brum: Vereador,
eu gostaria, até apelaria a V. Exa., pois sei que é um estudioso do assunto,
que esclarecesse as emendas que suprimem op PPG 1.3 e o PPG 1.4, em relação à
Mensagem Retificativa, porque eu também, com a colocação do Ver. Flávio Coulon,
fiquei na dúvida, porque sabemos que existe o mapa o Projeto anterior e o mapa
constante da Mensagem Retificativa. Gostaria que V. Exa. localizasse, para o
Plenário, em relação à Mensagem Retificativa, as áreas constantes do PPG 1.3 e
do PPG 1.4, para que possa ser definida a questão o shopping center e do hotel.
Sou grato a V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Se a Mesa
permite, vou sair da tribuna.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de Orem): Eu pergunto
se não poderia o Ver. Flávio Coulon subir à tribuna ao invés do Ver. Werner
Becker descer.
O SR. WERNER BECKER: Eu louvo,
fundamentalmente, o Ver. Flávio Coulon, porque ao menos está querendo aprender,
tem outros que nem isso querem.
(Apartes
anti-regimentais nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez
interfiro. A Mesa, ontem, teve extremo cuidado e repetiu que teria que se ter
cuidado com as pessoas. Não foi só a Mesa, foram todos os Senhores Vereadores,
porém, a Mesa já chamou duas vezes para que colaborassem com a Mesa,. Agora o
faz pela terceira vez, certo de que a consciência democrática deve dominar os
trabalhos. Só é possível respeitar as pessoas se elas próprias se derem o
respeito.
Com a
palavra, o Ver. Werner Becker e que se desconte o tempo em que a Mesa o
interrompeu.
O SR. WERNER BECKER: Ver. Flávio Coulon, a primeira objeção
fundamental é de que ele privatiza uma grande área. Ao invés de negar o
Projeto, pura e simplesmente, por definição, eu achei melhor propor algumas
alternativas desde o começo, assim como várias outras pessoas e várias
entidades. Então, na |Mensagem Retificativa já o Sr. Prefeito reduzia a área a
ser construída a 22%, mas achei ainda grande e que se poderia dentro do Projeto
se procurar áreas para reduzir mais a privatização, entendi, então ....
O SR. PRESIDENTE: O Ver.
Jaques Machado se inscreve e cede seu tempo a V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Entendi,
então, que a PP 1.3 e a PP 1.4 seriam as mais dispensadas. E
com a sua redução se conseguiria uma redução de mais de 18%, dando um total de
37%. Então, V. Exa. que disse que impugnava a princípio as emendas, porque
imaginava que elas fosse contrárias ao interesse público, quero esclarecer que
elas objetivam reduzir a área privatizada. A opção PPC 1.3 e l.4, é~ porque
dentro da estrutura do projeto me pareceu o local mais razoável. Discuti a
proposta com o Sr. Prefeito, mandou estudar e aquiesceu. Quanto à área do
shopping, V. Exa, sabe, pelos anexos, que não está, como no Projeto anterior,
referido expressamente que seja um shopping center, podemos construir ali um
edifício residencial, podemos dar uma outra destinação. Mas, V.Exa. há de
convir que com estas dimensões ficam num local absolutamente inconveniente e
impróprio a construção de um scopping center. Não seria razoável fazer um
artigo na lei: fica proibida a construção de um shopping center? Mesmo porque
devemos discutir a conceito de shopping center, que não tem na normatividade do
Direito brasileiro.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador) Em resumo, não sai o shopping
center, porque através de uma emenda de V. Exa. a área a ser construída ficou
reduzida a um pouco mais da metade. Este tremendo bloco de concreto que ia ser
feito para um shopping center, 60% permanece, inviabilizando o shopping, mas
permanece uma construção potente no PPG 1.2.
O SR. WERNER BECKER: Nesta área,
com taxa de ocupação de 40%, V.Exa. não faz uma ocupação.
O Sr. Flávio Coulon: Mas
permanece uma área construída aqui?
O SR. WERNER BECKER: Sim. Quanto
ao hotel, a grande urgência não como nem porque, é que seria construído um
hotel de 5 estrelas, internacional, naquele local. Primeiro, eu não vejo
grandes problemas, porque eu vi hotéis maiores que esse, num Pais socialista,
em Havana.
O Sr.Flávio Coulon: Isso no tempo
em que V.Exa. era socialista, que ia a Cuba.
O SR. WERNER BECKER: Vereador,
respeite, porque eu sei quando batiam, quando prendiam, respeite porque eu
estava na Justiça Militar, enquanto V. Exa. estava puxando o saco da Reitoria.
V. Exa. estava bajulando o autoritarismo, respeite o passado que não é só meu,
mas que me orgulha muito. Porque se amanhã voltar o autoritarismo, eu estarei
na DOPS, na Justiça Militar, e V. Exa. estará bajulando o primeiro Reitor
Militar que aparecer. O passado de V. Exa, na livre docência, é conhecido .
Aliado em todos os sistemas, até do socialismo, se vier.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não sei o que V. Exa. quer
dizer com seu palavreado, mas o que eu quero dizer é que V. Exa. defendeu muito
bem, durante o tempo da ditadura, uma série de clientes e cobrou. V. Exa.
cobrou os seus honorários.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa.
queria que eu vivesse de que? Preferi cobrar de alguns, mas muito poucos, do
que bajular. Preferi viver do meu dinheiro do que da minha saliva, como fez V.
Exa.
O Sr. Flávio Coulon: Eu gostaria
que V. Exa. apresentasse fatos e não meras palavras jogadas ao vento.
O
SR. WERNER BECKER: Isso é
público, notório, que todo mundo conhece. Onde estava V. Exa. naquele tempo em
que prendiam estudantes? Agora é que está fácil, cadeinha de meia hora, á
televisão.
Mas,
voltemos ao hotel, eu continuo socialista e não outorgo a V. Exa. nenhuma
procuração para dizer o que é socialismo. Que hotel 5 estrelas vai ser
construído? V. Exa. sabe a taxa de ocupação daquela área.
O Sr. Flávio Coulon: O que ouvi
aqui é que o shopping center não seria mais construído, através de sua Emenda,
e o hotel de 5 estrelas também não.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. sabe
a taxa de ocupação daquela área? Está aqui, se tivesse estudado o Projeto
saberia. Esta em 40%.
O Sr.. Flávio Coulon: Número não
significa nada. Significa que V. Exa. tem boa memória.
O SR. WERNER BECKER: Quarenta
por cento proporcional não significa nada? Mas só nos três pavimentos, nos
pavimentos posteriores, sabe qual a taxa de ocupação?Doze por cento. Será que
vamos fazer um mini hotel de 5 estrelas na praia do Guaíba, transformando isto
aqui no Taiti. Será que nossos atrativos naturais são tão grandes?
O Sr. Flávio Coulon: Então não é
mais comerciável o empreendimento e mudamos a destinação?
O SR. WERNER BECKER: Ele nunca
foi comerciável, foi financeiro. Saio duas coisas diferentes. Os recursos
seriam obtidos da alienação. Ver. Flávio Coulon, não subestime a inteligência
dessas pessoas, só por que estão sem gravata, só por que uns são pobres e
outros negros. Não são bobos. Vêem que V. Exa. esta sofismando e não diz nada
de conteúdo. Não se mudou. Sempre se disse que o investimento seria exeqüível,
através da obtenção de recursos de algumas áreas. Quatorze por cento do total.
Não tem nada que com comercial. Não misture sorvete de creme com soviético do
Kremlim. Não faça confusão. V. Exa. com tanta preocupação privativista. Vou ler
um trecho da exposição do Substitutivo que V. Exa. escreveu, uma beleza de
matéria de socialismo. Ela diz no trecho o seguinte: “Entregues à Administração
Pública, pelo que conhecemos da Administração pública estatal, não terão
condições de prosperar”. Uma beleza de aula de privatização, ao modo do Dr.
Simonsem e do Dr. Delfin.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Werner
Becker, o tempo de V. Exa. se esgotou. Antes do Ver. Paulo Satte, que está
inscrito, estão, também, inscritos o Ver. Elói Guimarães, Rafael Santos, Clóvis
Brum, Nereu D’Ávila, que, se consentirem, V. Exa. continuará na tribuna no
tempo do Ver. Paulo Satte. (Pausa.) Não havendo objeção, V. Exa. continua na
tribuna por mais dez minutos.
O SR. WERNER BECKER: Quero falar
um pouco sobre o Fundo Básico de Saneamento que, até agora, mingúem falou.
Talvez eu entenda porquê. Porque esta questão de Vilas populares, esta questão
de atendimento das condições básicas talvez não seja questão nenhuma
fundamental, nem de preocupação imediata para setores, entre aspas, ecológicos.
Alguns sobrenomes conhecidos da direção do Movimento Ecológico certamente não
têm compromisso maior com o problema das vilas populares. Por isso, é muito
mais importante uma pseudopreocupação estética, que lhes leva, inclusive, ao
histerismo de ameaçar quebrar os vidros da Câmara, do que se preocupar,
fundamentalmente, com as vilas populares da Cidade. As vilas têm necessidades
prementes e inadiáveis.
O Sr. Nereu D’Ávila: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. esta tocando no ponto mais
importante, em relação ao Projeto...
O SR.WERNER BECKER: Para V.
Exa., não para alguns outros.
O Sr. Nereu D’Ávila: E de pasmar
a cegueira do fanatismo de algumas pessoas que agora não mais raciocinam, estão
obcecadas em derrotar o Projeto, o que e mais uma posição ideológica do que
racional em relação aos interesses de Porto Alegre. Mas, exatamente, este é o
ponto mais importante de que quando se diz que o Projeto é elitista se quer,
inclusive, obscurecer este ponto importantíssimo, nodal, central, de que 25%
serão aplicados em saneamento básico das vilas. Quando se discutiu aqui aqueles
500 milhões para as vilas, e que alguns Vereadores - ai sim, racionalmente,
ponderadamente - só queriam saber onde seriam aplicados - o que é um direito
dos Vereadores - agora esses 25% serão aplicados, exatamente, naquilo em que há
mais carência em Porto Alegre. Hoje, pela manhã, foi citado num programa
importante no rádio que Porto Alegre, lamentavelmente, é a Capital que detém o
maior número de vilas populares no Brasil. E quando um projeto quer retirar –
já que não há outra alternativa – do que será arrecadado neste Projeto, 25%
para aplicar nas vilas populares, este ponto foi obscurecido. Portanto, quando
V. Exa. vai dissertar justamente neste ponto, eu lhe dou o apoio necessário
para dizer que, talez, estejamos diante daquilo que é a parte social do Projeto
e que não poderia ficar abandonada, e que, para demonstrar que o Projeto está
englobado em cima daquilo quer todos os proto-alegrense querem e que estes
setores não podem, não ser que venham a lume, dizer que não querem que se
aplique no saneamento das vilas de Porto Alegre.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. foi
extremamente feliz,ao enfatizar esta questão fulcral do Projeto, e que e
negada, não sei se por má fé ou ignorância. Mas quero relembrar aos senhores
aqui presentes que as mesmas pessoas que estão ausentes destas preocupações
comas vilas eu só vi preocupadas com o regime urbanístico da Chácara das Pedras
e das Três Figueiras. Foi lá que foram fazer comícios socialistas. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, e da alienação de 14% desta área de 98 hectares
que se retirarão recursos para os atendimentos imediatos desta população -
esgoto, água, etc. E eu pergunto, tirar de onde isto? Gravando a população com
mais impostos? A população que não suporta mais a política fiscal, ou então
contraindo empréstimos a juros escabrosos, na base da operação 63? De onde, me
digam cáusticos do Projeto, de onde tirar recursos para o atendimento das vilas
populares? E mais ainda: evidentemente que isto não e em causa própria, pessoal
e política,do Prefeito Alceu Collares porque, ate o fim do ano, ele esta
abandonando o Governo Municipal. E o Projeto esta aí e nenhuma licitação será
certamente efetivada antes dele. Talvez isto aconteça de Porto Alegre não tiver
a felicidade de prosseguir na administração pedessista - e eu faço um repto:
Alô, alô, Sr. Antônio Brito, alô, alô, Sr. Olívio Dutra, comprometam - se a
extinguir o fundo de saneamento: É muito fácil fazer como o quero-quero: pousar
num ninho e cantar no outro. Eu não vi nenhuma objeção deles.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V.Exa., nesta
manhã, esta demonstrando à Casa os conhecimentos sobre uma série de matérias,
não necessita do expediente em reptar Antonio Brito, pois a inteligência de V.
Exa. esta acima de um jogo rasteiro, evidente que o saneamento básico é
fundamental à cidade de Porto Alegre. E vou dar alguns dados a V. Exa., pois
vou falar em saneamento básico.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa.
pode falar em saneamento básico em outro momento.
O Sr. Nilton Comin: Então, o
repto de V.Exa. é jogo rasteiro. Antônio Brito, se eleito Prefeito desta
Cidade, ou qualquer outro cidadão, vai usar os recursos para o saneamento
básico que a Cidade dispuser.
O SR. WERNER BECKER: Da onde?
O Sr. Nilton Comin: Se até
agora o Prefeito Collares não obteve recursos para aplicá-lo, pergunto o que
ele fez em saneamento básico?
O SR. WERNER BECKER: Ele esta
projetando um fundo para obter esses recursos.
O Sr. Nilton Comin: No momento
em que o montante deste fundo for apreciável, qualquer Prefeito de Porto Alegre
vai aplicar em água, esgoto cloacal, pluvial e lixo.
O SR. WERNER BECKER: Então, viva
o fundo do Projeto e viva o Projeto. V. Exa. fez uma brilhante defesa do
Projeto.
O Sr. Nilton Comin: Não foi
isso que eu disse. V. Exa. não precisa usar o máximo da sua inteligência para
distorcer o que eu disse; disse que não precisa reptar Antônio Brito.
O SR. WERNER BECKER: Eu pergunto
se V.Exa. e a favor do Fundo?
O Sr. Nilton Comin: A favor do
Fundo, e contra o Projeto.
O SR. WERNER BECKER: Como e que
V. Exa. pretende arrumar fundos para o Fundo?
O Sr. Nilton Comin: Ora, fundos
para o Fundo é uma redundância.
O SR. WERNER BECKER: Pois bem,
como e que V. Exa. pretende arranjar grana para o Fundo?
O Sr. Nílton Comin: Se Porto
Alegre, até hoje, teve poucos recursos para aplicar, sabe V. Exa. que e o DMAE
que controla o esgoto cloacal desta Cidade, e como? Vendendo a água, e com os
recursos da água que ele aplica em esgoto cloacal, e Porto Alegre tem cobertura
de 43% em esgoto cloacal, e entre as cidades brasileiras, e a que possui o
melhor Índice em esgoto. Não precisa reptar Antônio Brito.
O SR. WERNER BECKER: Eu retiro
Antônio Brito, porque V.Exa. não tem muito tempo para o comício. Sei que V.
Exa. é fiel ao Antônio Brito, eu tenho certeza que vai fazer a campanha dele.
Todo mundo sabe. Vamos passar ao Projeto.
O SR.PRESIDENTE: Ver. Werner Becker, esta inscrito, também,
para ceder tempo a V.Exa., o Ver. Valdir Fraga, se concordarem os Vereadores
Elói Guimarães, Rafael Santos, Nereu D’Ávila, Clóvis Brum, que são Vereadores
que estão inscritos anteriormente. Não havendo objeção, V. Exa. continua.
O Sr. Cleom Guatimozim: Vereador,
apenas para dizer que qualquer projeto aprovado por esta Casa, mesmo que a
filosofia do Prefeito eleito seja contraria, ele tem que ter apoio legislativo
para mudar a lei, não é como estão dizendo aqui da tribuna.
O Sr. Flávio Coulon: Para ajudar
o Ver. Nilton Comin, quando V. Exa. solicita onde é que nós vamos buscar
recursos para o saneamento, eu vou dizer que uma coisa nos vamos fazer. Nós
vamos seguir, sem dúvida nenhuma, a máxima de um momento inspirativo,
brilhante, do ex-Governador Leonel Brizola: “ninguém passa às mãos privadas,
impunemente, patrimônio público”. Ou seja, nos não vamos vender patrimônio
público para fazer saneamento em Porto Alegre, seguindo a lição de Leonel
Brizola.
O SR. WERNER BECKER: Não assino embaixo, porque o PMDB não paga
a conta.
O Sr. Flávio Coulon: Não assina em baixo do grande Líder? Não
acredito.
O SR. WERNER BECKER: Não assino a promessa de não vender
patrimônio privado. Não assino porque o PMDB assina e não paga a conta. O PMDB
tem uma conta com a Nação brasileira, com o Estado que esta cheio de
promissórias e medidas e não paga. Que ninguém mais acredita em promessa do
PMDB e nem nesta. Não assine. V. Exa. é um homem honrado vai ter que pagar este
aval.
O Sr. F1ávio Coulon: Vereador,
mas quem é V. Exa. para me refutar que eu não posso assinar quando a própria
Bancada de V. Exa. não honra o compromisso do grande líder Leonel Brizola que
vai aprovar este Projeto alienando área pública? Em relação ao PMDB, é um
exercício de futurologia, mas em relação ao PDT é o presente: estão traindo a
palavra do Governador Leonel Brizola.
O SR.WERNER BECKER: V. Exa. não
conhece o Projeto Praiado Guaíba, quer discutir a sucessão presidencial.
O Sr. Flávio Coulon: Conheço,
Vereador, tanto que peguei na sua Emenda duas inverdades, que tinha tirado o
shopping e que tinha tirado o hotel, quando todo mundo ficou sabendo que não e
bem assim.
O SR.WERNER BECKER: Onde não
tinha sido retirado? Faço um desafio a V. Exa.
O Sr. Flávio Coulon: Foi inviabilizado segundo V. Exa., um
shopping, porque, ao invés de construir 100%, V. Exa. reduziu para 60% e V.
Exa. disse aí que 40 mil m2 no Hotel
não viabiliza o hotel e eu garanto que 40 mil m2 onde V. Exa.
deixou aqui no PPG1 viabiliza o hotel. Se V. Exa. quiser me dar de presente eu
até sou capaz de pensar em bancar este empreendimento.
O SR. WERNER BECKER: Então V.
Exa. quer bancar o empreendimento? Bom, o povo de Porto Alegre não tem, mas V.
Exa.vai bancar o empreendimento. Em outro tempo V. Exa. criticava as outras
atividades, talvez tivesse mais proveito para V. Exa., para a Cidade.
O Sr. Flávio Coulon: 40 mil m2 não
viabiliza um hotel?
O SR. WERNER BECKER: Com esta
taxa de ocupação não. V. Exa. sabe a taxa de ocupação ou já esqueceu? Não
tumultue, tumultue lá na chaminé, ponha a faixa, tire fotografias, mas não
tumultue meu discurso.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, primeiro chamo a atenção que foram procurar uma
citação do Governador Leonel Brizola e não de nenhum líder do PMDB e nem do
PSDB, não é porque este merece mais credito, mas essa citação é outro chute!
Esta citação foi distorcida, foi colocada num outro trecho, ele se referiu
especificamente as estatais e se omitiu aqui maldosamente, como se confundiu
maldosamente. Tragam aqui a citação, tragam o trecho onde ela se contém e vejam
perfeitamente que não tem nada a ver uma coisa com a outra, nem tem nada que
ver a anágua com a calça, não tem nada que ver a alienação de uma parte ínfima
do patrimônio imobiliário para financiar vilas populares com a alienação de
patrimônio das estatais. Sejam honestos: já que os seus repertórios não
encontram citações, já que não encontram lições acreditáveis, não venham
distorcer a dos outros repertórios. Está se chutando muito aqui. Está se
falando em discursos genéricos ou se fixando aqui e ali como se eu tivesse aqui
para ser submetido a um teste, Projeto Praia do Guaíba. Mas, para surpresa de
V. Exa. , estou disposto, pode perguntar, e não digam que inviabilizar não quer
dizer retirar. Ver. Aranha Filho, é possível construir o inviável?
O Sr. Aranha Filho: Pode.
O SR. WERNER BECKER: A pergunta ao engenheiro, ao filósofo: é
possível construir o inviável? “É”.O MDB fez isto, construindo, durante todo
este tempo, esperanças que estão se mostrando absolutamente inviáveis. É fato
único, original na História, mas que não se repete, com freqüência. Gostaria de
ouvir, antes de voltar à tribuna, a opinião, aqui da tribuna, que veementes
opositores ao Projeto, que se hoje se mostram tão silentes, tão calmos, e
gostaria de ouvir, por exemplo, a defesa do Substitutivo. Gostaria de ouvir,
por exemplo, desmentido que a média das áreas a serem edificadas, que a média
da volumetria não e menor que a normal da cidade. Gostaria de ver desmentido
que a taxa de ocupação 40% é menor do que várias e várias áreas da cidade.
Gostaria de ver desmentida a afirmativa que se faz de que antes de trabalhar
esta orla do Guaíba, este litoral é hoje, sim, pelas suas pirambelas, uma
ameaça. Gostaria de ver informado de onde se pretende tirar recursos. Gostaria
que alguém me apresentasse a exeqüibilidade da construção de um hotel 5
estrelas nesta área. Gostaria que alguém me mostrasse a exeqüibilidade da
construção de um shopping center nesta área.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com a área que V. Exa. deixou,
onde se pretendia fazer um shopping center, informo a V. Exa.que dá para fazer
não um shopping center, mas dá para fazer um centro comercial idêntico ao da
Azenha. Só para esclarecimento.
O SR. WERNER BECKER: Ajudo
V.Exa. Não igual ao da Azenha, mas 1,5 maior do que o da Azenha . Vê que não
estou omitindo nenhum dado. Mas é absolutamente inexeqüível comercialmente .
Veja V.Exa., o shopping center vive do comércio, do mercado, e mercadológico.
V.Exa. sabe disso.
O Sr. Flávio Coulon: Vamos
deixar de fazer jogo de palavras, Vereador. Esse shopping center aí é inviável
porque vai ser construído outro shopping center no terreno da Maguefa. E o que
V. Exa. está segurando para a iniciativa privada é 60% do antigo shopping
center em área construída , ou com edifícios de apartamentos, ou com o que bem
entender a iniciativa privada . É isso que V. Exa. está fazendo.
O SR. WERNER BECKER: Não estou
assegurando à iniciativa privada.
O Sr. Flávio Coulon V. Exa.
está assegurando que seja construído onde ia ser construído um shopping venter
, 60% da área construída de um shopping center que agora se tornou inviável. Só
isso. E tem que ficar claro isso, Vereador.
O SR. WERNER BECKER: Essa é braba. Primeiro o Projeto era
condenado porque viabilizava o shopping center ; agora esta se dizendo que as
Emendas são condenadas porque inviabiliza o shopping center. Vamos ter
seriedade, não é?
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em princípio, da forma como está,
sou totalmente contrário ao Projeto Praia do Guaíba. A proposta apresentada por
V. Exa. reduz as áreas, mas não as extingue, que fique bem claro. Acho que
Porto Alegre teria outras formas de ocupação de um espaço que construiu em cima
de um rio para poder transformá-las em área de lazer , em vez de entregá-las à
iniciativa privada. Acho que o Sr. Alceu Collares deveria tirar a Vila Alceu de
cima do parque. Acho que a Brigada Militar, em vez de ser usada para espancar
ecologistas e manifestantes da Cidade, deveria ser usada para proteger a
população da Cidade nas suas áreas de criação de lazer.
O SR. WERNER BECKER: Proponha ao
Governador Pedro Simon, isso.
O Sr. Marcinho Medeiros: Justamente.
Se a Brigada foi lá, provavelmente porque o Prefeito pediu. Aliás, entre a
atuação da Administração Municipal e a atuação do Governo do Estado não há
diferença.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. quer
o Projeto Praia do Guaíba ou V. Ex. está fazendo ufanismo?
O Sr. Marcinho Medeiros: faço uma pergunta:
quem contestaria de acordo com uma série de consideração. Estou contestando a
minha forma de interpretar. Estou respondendo. Agora, quando respondo, BV. Exa.
não aceira a resposta. Muito obrigado, então.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa.
tiraria fundos de onde para a infra-estrutura lá do Sarandi?
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa.
permite (Assentimento do orador.) Veja bem, acho que as administrações
anteriores ao Sr. Alceu Collares trabalharam muito mais em favor das vilas,
pavimentaram ruas, colocaram esgotos e águas nas vilas e não buscou o
sacrifício de áreas públicas da nossa Cidade, não entregaram o patrimônio
público para áreas privadas. Foram realizadas obras como a Vila Nova Brasília é
um exemplo, a Santa Rosa, a Vila Ramos é outro exemplo.
O SR. WERNER BECKER: Que V. Exa.
e velho apologista do Governo Villela, do Governo João Dib, todo o mundo sabe.
V.Exa. era Arenista!
O Sr. Marcinho Medeiros: Foram
melhores do que o atual Governo.
O SR. WERNER BECKER: Está bem,
tem gosto para tudo. Vou encerrar, por enquanto, e se me for proporcionado
voltar à tribuna espero voltar, porque se alguma questão mais precisar ser
debatida tenho a certeza de que como apoio de meus colegas de Bancada
esclareceremos tudo o que foi obscurecido, o que foi enevoado pelo histerismo
de alguns e pela má-fé de outros. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A palavra
com o Ver. Elói Guimarães. S. Exa. faz transposição com o Ver. Clóvis Brum, que
está com a palavra por dez minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, por
ocasião a votação do primeiro Projeto, que, na verdade, era o centro deste
Projeto Praia do Guaíba, ou seja, era o centro do elenco de obras do Projeto,
isto é, a pavimentação da Av. beira-Rio, por ocasião da votação desse Projeto,
nós conseguimos apresentar uma Emenda que foi subscrita por vários vereadores
da Casa e, com a participação de vários Vereadores, alterando a destinação
parcial daqueles recursos que seria operados com a PETROBRÁS, o valor do
recurso era de 250 milhões e a sua destinação original, proposta pelo Prefeito
era de 220 milhões, rara implementação da Avenida Beira Rio e 30 milhões para
as obras do Porto Seco. Nós
apresentamos uma Emenda retirando os 30 milhões das obras dos milhões Porto
Seco, retiramos dos 250 milhões os 30 milhões do Porto Seco e 20 milhões da
Avenida Beira Rio, num total de 50 milhões e injetamos - proposta aqui na Casa,
proposta nossa - para calçamento de ruas em bairros populares, o Prefeito
vetou, a população veio para cá e a Câmara derrubou o Veto e hoje esta sendo
realizada a Avenida Beira Rio, mas também já está sendo licitada as obras para
calçamento de nada menos que 5 ruas no Bairro Bom Jesus e outras tantas no
Bairro Partenon e na área próxima à Restinga. Não foi a melhor iniciativa nem o
melhor Projeto, talvez nem o Projeto mais ideológico, mas foi uma coisa
Valp~vel porque veio na representação das vilas para esta Casa. O meu voto é do
bairro popular e com ele tenho compromisso, sim. Sr.Presidente e Srs.
Vereadores, o Projeto contempla, a mensagem retificativa melhorou em muito o
Projeto, diminuiu muitas áreas, as áreas foram diminuídas de 18 para 16
hectares, as áreas alienáveis num total de 98 hectares.
O Ver.
Werner Becker apresenta, também, uma boa proposta diminuindo de 16 há. Vinte e
um era o Projeto original, a Mensagem reduziu a 16, a proposta do Ver.Werner
Becker diminui para 14ha, ou seja, aliena cerca de 15%.
Quero transmitir ao Ver.Werner Becker que
apresentei 2 emendas, a primeira altera o Parágrafo 19 do Art. 29, elevando e
dando nova redação, elevando os percentuais destinados as vilas populares. Pela
proposta da Mensagem Retificativa era 25% dos valores das obras realizadas nas
áreas alienadas, seriam para as vilas populares, dei nova redação ao parágrafo
19, acrescentando: bairros e vilas populares, a importância de 35%. Apresentei,
também, Ver. Werner Becker, comunico a V.Exa. porque e autor de 2 emendas que
alteram o PPG 1.3 e o PPG 1.4. Eu suprimo do projeto definitivamente a área
destinada a hotel. Se V. Exa inviabilizava a construção do hotel face às áreas
de ocupação, eu inviabilizo totalmente a construção de qualquer obra naquela
área. Suprimo do Projeto a área constante do PPG 1.l, ou seja, a área que
anteriormente estava destinada a hotel fica definitivamente suprimida. Sei que
a liderança do PFL nesta Casa me acena, era uma questão de honra para a bancada
do PFL a supressão do hotel. O Ver. Werner Becker tentou, com inteligência,
alterar os índices de ocupação, mas, a minha emenda, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores suprime totalmente qualquer área, qualquer edificação nesta área, na
área constituída no mapa como PPG 1.l.
Está, Ver.
Frederico Barbosa, definitivamente varrido do projeto qualquer edificação nesta
área do PPG 1.l. o shopping está nas duas emendas do Ver. Werner Becker: PPG3 e
PPG4. De sorte que Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que acredito que com a
emenda que eleva de 25 para 35% os recursos para obras de infra-estrutura nos
bairros e vilas populares com a supressão de qualquer tipo de construção, Ver.
Raul Casa, na área do PPG1.l, dei a minha contribuição para aperfeiçoar esse
projeto. A mensagem retificativa que veio para Casa também foi fruto de
pressões populares, porque o projeto original, efetivamente, alienava 22% da
área dos 98 hectares.
O Sr. Werner Becker: V. Exa.
permite um aparte?(Assentimento do orador.) Aqui todo mundo sabe que V. Exa. é
de uma inteligência excepcional que se chega a confundir com genialidade. E com
esses atributos que a natureza lhe deu, V. Exa. consegue, após conversar
comigo, e eu expor a V. Exa. as motivações da emenda, V. Exa. consegue formular
e apresentar duas emendas de relevância e aprofundamento. Eu não tenho a
inteligência e a rapidez de raciocínio de V. Exa., para poder lhe dar uma
resposta imediata. V. Exa. vai permitir que se pense mais demoradamente. Não se
muda uni percentual dum fundo de 25 para 35 ou se baixa para 30 sem um estudo
aprofundado ou então, sem a instrumentação de uma inteligência do porte de V.
Exa. Quero pensar.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Ver.
Werner Becker, a coisa mais fácil e linda que tem é aprender com V. Exa.,
porque V. Exa. é um exímio professor. Dois minutos que conversamos, V. Exa. me
mostrou os pontos vulneráveis do Projeto. V.Exa. passara por esta Casa, nobre
Vereador, como Grande Mestre dos mestres.
Sr.
Presidente, o Ver. Luiz
Braz que estava presidindo os trabalhos, havia cedido o seu tempo.
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): V. Exa.
passa a falar no tempo do Ver. Luiz Braz, sem prejuízo das inscriçoes
anteriores.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato à
Mesa. Mas não precisava tanta inteligência, para se apanhar o que foi dito na
televisão, no jornal, no rádio, em São Paulo, quando o já tentava vender o
Projeto Praia do Guaíba. O que dizia o Prefeito? Nós vamos tirar dinheiro do
Projeto Praia do Guaíba, para levar para os bairros e para as vilas. Mas, Ver.
Werner Becker, o primeiro Projeto, o elenco das obras do Projeto Praia do
Guaíba,que é a Av. Beira Rio, não retirava nenhum recurso, não destinava nada
para as vilas e para os bairros. Foi da nossa iniciativa a Emenda que destinou
os 50 milhões, que retirou da Av. Beira Rio, e destinou para os bairros.
O Sr. Werner
Becker: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do 0rador.) Não gostaria de
falar a meu respeito, mas como eu fui autor do Substitutivo, naquele tempo, eu
quero esclarecer a V. Exa. que quem tirou a verba do Porto Seco foi o meu
Substitutivo. V. Exa., com Emendas, apenas repartiu.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre
Vereador, eu tenho uma Emenda que foi subscrita por vários Vereadores, tem uma
Redação, destina o seguinte: 200 milhões de cruzados para a implementação das
obras e 50 milhões para calçamento nos bairros e vilas populares, das seguintes
ruas: ainda especificamos as ruas. Destinamos 200 para Avenidas e 50 para
calçamento de ruas.
O Sr. Werner Becker: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, a minha preocupação é
que V. Exa. pode se enganar, V.Exa. não está habituado ao chute que nós andamos
vendo por ali. Então, eu só quero fazer esta precisão histórica do Substitutivo
para que não confundam V.Exas. com aqueles que estão chutando e falando sobre
coisas que não entendem nada.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato a
V. Exa. V. Exa. sabe que a gente está aqui há 10 anos como Vereador, já deu
para aprender alguma coisa. E o povo esta sempre me reconduzindo. Dez anos e um
apreciável tempo de Vereador.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu quero dizer que bairros e vilas de Porto Alegre
não têm área verde, não têm calçamento, não têm iluminação pública, não têm
segurança, realmente, é necessário injetar recursos nestas áreas. O Fundo de
Desenvolvimento Urbano foi uma bela criação do Prefeito Alceu Collares. Sou do
PMDB, mas não estou na critica pela crítica, acho que o Fundo de
Desenvolvimento Urbano foi um bom Projeto. Esta Casa é que, pegada de surpresa,
não soube fazer uma melhor destinação aos recursos do Fundo. E, ai, eu volto
insistir, também emendei a destinação, e coloquei a disposição dasVilas
populares com a aprovação dos meus companheiros Vereadores, mais de cem milhões
de Cruzados do Fundo de Desenvolvimento Urbano. A Casa poderia ter feito melhor
aproveitamento, O Projeto veio numa convocação extraordinária, na calada da
noite, mas, mesmo assim, nos alteramos a destinação parcial destes recursos e
jogamos para as Vilas pobres de Porto Alegre cem milhões de Cruzados.
Ora, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, onde tiver meios, onde tiver recursos para
viabilizar, para melhorar as condições de vida da população, aí eu estarei.
O Sr. Raul Casa: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. coloca com muita
propriedade e quero dizer que a Bancada do PFL está neste momento, estudando as
Emendas de V. Exa., e posso dizer que se a sua Emenda suprime rigorosamente a
área de shopping da unidade que V. Exa. se referiu...
O SR. CLÓVIS BRUM: A área
destinada a um hotel. Pela minha Emenda, nada poderá ser construído ali, a não
ser área verde.
O Sr. Raul Casa: Quero-lhe
antecipar que a nossa Bancada está examinando, com muita simpatia, a Emenda de
V.Exa.
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na época da votação do Projeto
Praia do Guaíba, nos votamos favoravelmente a sua Emenda, que designava
recursos para pavimentar algumas ruas de Porto Alegre, nas áreas menos
favorecidas da Cidade. Pois bem, o Projeto Avenida Beira-Rio está sendo
realizado. Eu pergunto a V.Exa.: aquelas ruas arroladas...
O SR. CLÓVIS BRUM: Já estão
sendo licitadas e dentro de 15 dias iniciarão as obras, sob pena de o Prefeito
responder na Justiça pelo não-cumprimento da Lei. Me informou o Secretario de
Obras e Viação, ontem à tarde, que as ruas ia estão sendo licitadas, e dentro
de 15 dias iniciarão as obras.
O Sr. Marcinho Medeiros: Agradeço
pelo esclarecimento e gostaria de participar da fiscalização das coisas
aprovadas por esta Casa em relação ao Poder Executivo, pois me parece que não
está havendo uma consonância entre Executivo e Legislativo, pelo menos da parte
do Executivo.
O SR. CLÓVIS BRUM: Respondendo
ao Ver. Raul Casa, apelo a V. Exa. que examine as Emendas que nós apresentamos,
porque já sabíamos das preocupações do PFL. Eu assisto à distribuição de flores
no Plenário! Eu cumprimento pelas belas flores que estão sendo distribuídas no
Plenário, pelas rosas, enfim, por uma infinidade de flores vistosas e bonitas,
que representam os verdes dos parques desta Cidade. Mas, aí me vem à lembrança,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os galhos mutilados que não tem vida, os
jardins pobres e sem vida das vilas e das favelas desta Cidade! Quando eu vejo
as flores vistosas distribuídas na platéia, eu me lembro, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, das plantas mutiladas, das plantas sem vida, da falta de flores, da
falta de jardins dos bairros e das vilas mutilados de Porto Alegre Gostaria que
idênticas flores também germinassem nas vilas pobres desta Cidade Gostaria que
idênticas flores tivessem vida nas favelas, nas vilas, aonde trezentas mil famílias
não vivem, vegetam!
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa
solicita aos assistentes que ocupem as suas cadeiras, uma vez que as mesmas
lhes estão asseguradas e pede aos Srs. Vereadores que ocupem as suas tribunas,
para que o orador conclua o seu discurso.
O SR. CLOVIS BRUM: Sr.
Presidente, recebi, agora, uma bela flor, uma flor que representa o sonho,
nosso, e de nossos filhos, uma bela flor. Mas também lembro que ha poucos dias
recebi de uma vila pobre, um punhado de galhos secos, Sr. Presidente, que
representavam a falta de segurança, a fome, que representavam o esquecimento e
a miséria de 300 mil famílias que formam o cinturão do esquecimento desta
cidade, que mais representam um campo de concentração, do que a cidade de Porto
alegre. As flores são bonitas, Sr. Presidente, mas me preocupa muito a vida da
população das vilas que poderá ser melhorada, se soubermos administrar este
projeto com competência, e nós vamos fazer isso, vamos fazer Emendas, vamos
elevar de 25 para 35% o valor dos recursos destinados aos bairros e vilas.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa
solicita que conclua o seu discurso em meio minuto.
O SR. CLOVIS BRUM: Fiquei três
minutos fora do microfone. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero me
congratular com os homens e com as mulheres que defendem os parques e as áreas
verdes desta cidade, em sua homenagem, em reconhecimento da sua presença,
ontem, fui o segundo orador que pedia pela presença dos senhores aqui dentro, e
hoje, pela manha, entreguei, na presença do Presidente da AGAPAN, os dois
convites que tinha direito, para que ele distribuísse aos seus movimentos, ao
movimento ecológico, para que pudessem ter acesso com os meus dois convites.
Agora, Sr. Presidente, sou um homem de vila, sou um homem de bairro popular, eu
luto pelo bairro popular, eu quero transformar, eu quero viabilizar não só o
Fundo de Desenvolvimento Urbano, mas este fundo que fará parte deste Projeto,
num veículo de captação e de destinação de recursos para calçamentos,
iluminação pública, esgoto das vilas populares de Porto Alegre.
E gostaria,
mais, Sr. Presidente, que no dia das eleições, nós pudéssemos ter com clareza
aqueles que votaram contra o Projeto, mas que depois da votação contra o
projeto, tentaram salvar alguma coisa para Porto Alegre. Não basta só votar
contra o Projeto, até podem votar contra o Projeto, mas que atentem para nossas
emendas, a supressão definitiva do hotel, da área do hotel é uma das minhas
emendas, e a segunda, para finalizar, e a elevação de 25 para 35% dos recursos
destinado para os bairros. Sr. Presidente, eu agradeço a condescendência de V.
Exa. agradeço a atenção dos Srs. Vereadores, fiquei devendo um aparte. Se
inscreve o Ver. Ignácio Neis, e só para dar os apartes que eu gostaria de dar.
O SR. PRESIDENTE: Por condescendência
do Ver. Ignácio Neis, se os demais Vereadores concordarem, falará o Ver. Clóvis
Brum por mais dez minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu
agradeço.
O Sr. Ignácio Neis: Apenas para
dar uma satisfação do tempo que eu cedo, eu gostaria que fossem colocadas
algumas vilas da Zona Sul de Porto Alegre que estão muito esquecidas. V.Exa.
tem um costume muito bom de roubar verbas de vilas da Zona Sul para a Bom
Jesus.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não é
verdade. Por ocasião da última destinação de recursos a Zona Sul foi bem
aquinhoada com o calçamento de uma rua apresentada pelos Vereadores Mano José e
Artur Zanella, me parece, que apresentaram o calçamento lá para o lado do Lami.
E o Ver. Jorge Goularte apresentou para a implementação de parte da João
Oliveira Remião.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, acho que
realmente não há nada como um dia atrás do outro e assisto até constrangida
essa manifestação de entrega de flores, por grupos que colocaram ontem, nesta
Casa em evidente risco até a vida de funcionários e Vereadores que estavam
aqui, não lembraram ontem o que lembraram hoje. Ontem invadiram, atacaram,
tumultuam, agrediram e foi conduzida gente para o Pronto Socorro. Hoje dão
flores. Não queremos estas flores! Queremos que a paz fique aqui. Não agredirem
num dia e no outro dia vir com flores. Que balela é essa? Isso é provocação, é
hipocrisia, nós não aceitamos em definitivo. Estamos com um companheiro nosso
no Pronto Socorro, os funcionários e Vereadores desta Casa foram encurralados
por grupos conduzidos por Partidos e hoje oferecem flores. Mas que flores são
estas. Que fiquem com elas, que levam para onde quiserem, mas não tragam para
cá.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre
Vereadora, sou obrigado a discordar de V. Exa. Discordo porque quando iniciamos
a reunião de ontem nós já advertíamos que a reunião tinha que ser no mínimo
transparente, democrática e que todas as representações de Porto Alegre
estivessem aqui e não só os representantes do PDT.
Ora, Sra.
Vereadora, como poderia eu votar um assunto que toca de perto a ecologia quando
uma Magda Renner estava lá fora desta Casa. Não poderia não, pelo respeito que
devo a um passado de luta dessa gente. E tem mais, não sou ecologista, de vez
em quando até planto umas arvorezinhas escondido lá por casa e o Caio sabe
disso.
Mas, com
todo o respeito, se nós não tivermos a grandeza democrática de respeitar os
segmentos da sociedade, nós estamos exatamente agindo contra a democracia.
Sabem o trabalho de uma Magda Renner? Sabem o trabalho de uma Giselda? Sabem o
trabalho de uma AGAPAN? Como esses movimentos podem ficar fora desse local num
momento importante?
A Sra. Teresinha Irigaray: Sabemos
tudo isso, Vereador. As flores são a desculpa de ontem.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não, não é
desculpando não, porque eu não estou a me desculpar. O meu voto é pelo Projeto.
Voto contra a AGAPAN, voto contra os ecologistas, mas isto não retira o direito
democrático de ver neles as vaias ao meu voto - por que não? Nós somos homens
públicos. Não podemos trancafiar, aqui, um grupo de pessoas, e impedir que
aqueles que arriscam a própria vida, não nesta Casa, mas nos movimentos
nacionais e internacionais na preservação do meio-ambiente, estejam banidos,
estejam proibidos de entrar nesta sala. E isto não digo agora, disse ontem -
fui o segundo orador e, portanto, a presença de todos é bem-vinda nesta manhã,
os a favor ao Projeto e os contra. Isto fortalece a decisão desta Casa, isto
faz transparecer a decisão da Casa. Cada um que vote conforme o seu pensamento
político, conforme a sua representação nesta Casa, mas que não se proíba o
acesso de nenhum segmento importante da vida desta cidade, porque o Projeto é
muito sério.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, sou solidário
com esta parte do seu discurso, porque entendo que não e o momento de nos
acharmos culpados, porque tenho para mim, como verdade absoluta, que todos nós
ontem fomos rigorosamente culpados pelo que aconteceu, de modo que não e o
momento de acharmos que um e culpado, que outro é culpado. Acho que o momento é
de paz e não e de acusações. Em relação ao seu discurso, quando tratava da
Emenda que vai apresentar, eu gostaria de perguntar o seguinte: quando foi
votado o Projeto Avenida Beira Pio, houve uma Emenda, onde se destinou verba
para pavimentação de algumas ruas da cidade. Não me consta que naquela
oportunidade essas ruas tivessem sido escolhidas segundo um critério
rigorosamente técnico. Então, pergunto a V. Exa. se dentro da Emenda que V.
Exa. vai apresentar agora, de 35%, para ser aplicado em vilas populares, como
vão ser escolhidas? Vai ser naqueles mesmos moldes, em que alguns Vereadores
sentaram e escolheram as ruas ou vai ser um processo estudado tecnicamente para
ver quais sãos as mais carentes, quais as que precisam realmente, dentro de uma
prioridade. É essa a pergunta.
O SR. CLÓVIS BRUM: Respondo a
V. Exa. É por isso que nós temos que ler as coisas nesta Casa. Não basta fazer
a crítica pela crítica. Ver. Flávio Coulon, V. Exa. ainda vai aprender muito
nesta Casa. E perdeu uma excelente oportunidade. Poderia ter trazido uma Emenda
com esse dado técnico importante. Com esse dado técnico valioso. Eu estou
tentando nesta manhã salvar alguma coisa do Projeto; porque o Projeto só diz o
seguinte, Vereador.
O Sr. Flávio Coulon: Mas
Vereador, o que eu me rebelo...
O SR. CLÓVIS BRUM: Pediria ao
Presidente desligar o microfone do Vereador porque ele vai ficar dialogando
como fez com o Ver. Werner Becker, eu dou o aparte, limito o aparte e vamos
depois para a contestação, se não, eu não nosso falar. Vamos usar o Regimento
Interno aqui dentro. Vereador, respondo a V. Exa. Pergunte o que esta no
Projeto e o que esta na Emenda, não suposições. O parágrafo 19 diz o seguinte:
(Aparte anti-regimental)
Eu já
entreguei a Emenda à Diretoria Legislativa para ser datilografada. Se já foi,
me dê, por favor.
(Aparte
anti-regimental)
Não Vereador, não estou brabo com V. Exa. V.
Exa. tem todo meu carinho. É que como V. Exa. e incisivo, questionador, tenaz e
colaborador, acima de tudo, porque a critica nesta Casa não deve ser só
recebida em função de crítica, mas em colaboração, passou a me preocupar o
questionamento de V. Exa. Passou a me preocupar. E tem mais. Vou lembrar uma coisa
agora antes de responder a V. Exa. Também vou relacionar agora, esta manhã, os
que votarem contra a destinação de mais recursos para os bairros e para as
vilas. Vou relacionar; e vou relacionar os que fogem deste Plenário porque
fugir deste Plenário e votar contra os bairros... Fugir deste Plenário
significa também - os Vereadores fujões - também significa o seguinte: que estão votando contra os bairros e as
vilas e eu também vou distribuir o material nos bairros e nas vilas apontando
quem votou contra as melhores condições de vida daquelas populações. Respondo a
V. Exa. § 1º: “os permutantes com o Município, referidos no artigo 19,
destinarão ao Fundo de Saneamento Básico para vilas populares a importância de
25% sobre os valores das obras públicas citadas no artigo lº, do parágrafo 1º.
Fiz a seguinte emenda, acrescentando o seguinte: "destinarão ao Fundo de
Saneamento Básico para bairros - porque muitas vilas já receberam a denominação
de bairro, mas continuam nas piores condições — e vilas populares a importância
de 35% sobre os valores das obras”. Evidentemente, nobre Vereador, que isto
aqui, na prática legislativa, pode ser melhorado, aperfeiçoado. Uma coisa estou
salvando: mais 10%. E agora vai a outra emenda, Vereador; me socorri do mapa
que V.Exa. tem aí: “Emenda nº 10 - Suprima-se área expressa como o PPG
1.1, constante do anexo 1 do Projeto de Lei Complementar do Executivo 15/88,
com as conseqüentes alterações de textos, tabelas e mapas”. Terminou a área,
nada vai ser construído na área codificada como PPG 1.1.
Concluo, Sr.
Presidente, agradecendo a benevolência dos Srs. Vereadores, de V. Exa. e na
certeza de que nesta manhã uma contribuição pude oferecer à consideração dos
Srs. Vereadores. Caberá àqueles Vereadores, mesmo os que vão votar contra o
Projeto, viabilizar essas emendas, que uma apaga a área do hotel e deixa a área
verde, e a outra aumenta os recursos para os bairros e vilas populares. Sou
grato.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem,
a palavra com o Ver. Rafael Santos, por dez minutos.
O SR. MANO JOSÉ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é possível alinhar aqui os mais variados argumentos
contrários à aprovação deste Projeto. Quero, todavia, fixar-me apenas num
aspecto que reputo
de maior impor—
~3ncia, prara que
este Projeto n~o seja aorovado no dia de hoje. r4e re-
firo àa sua
oportunidade. N5s estamos h~ 120 dias do final de uma admi-
flistraçao. Nós nao conhecemos o
pensamento dos diversos candidatos a
Prefeito com relaçao a este Projeto.
O Sr.Wilton Ara5jo: V.Exa.
permite um a?arte? (As-
sentimento do &rador.) Ver.
Rafael Santos, com todo resDeíto que V.~xa.
ffie merece, mas a linha de
racíocfnio de V. Exa. vai
levar, ínevitavel-
mente, c1ue fechemos a Casa e que a
partir de agora n~o decidamos mais
nada, porque estamos tao perto do
outro governo n~e~i o que ele vai pen-
sar, vamoS fechar e nao vamos decidir
mais nada.
O SR. RAFAEL SANTOS: Nobre
Vereador, o aparte de
V.~xa. n~o honra a sua ínteligencia.
Eu estou me referindo a um Proje-
to em primeiro lugar extremamente
polêmico, em segundo lugar um Projet
que n~o pode ser ím~lantado em 90
dias, que n~o tem nem como iniciar e
90 dias, que deveria — isso manda o
bom senso — ficar sobre a >Iesa do
Sr. Prefeito Municipal para que o
novo Prefeito pudesse se exoressar,
conversar, debater, discutir, e se for
o caso, encaminhar o Projeto.
um sem numero de obras em
andamento.. H~ outras que j~ estao defini-
das, porque vamos aprovar um Projeto
que a atual administraçao nao vai
realizar, pelo simples motivo de que
náo terá tempo hábil para reali-
zar, talvez n~o tenha 100 dias i3teis
at~ o fianl do seu mandato. A
nova admínistraçao ~ que deve
discutir e debater
v
este j~rQjeto, e nao nos agora
aprovarKum~rojeto para nao ser realiza
do.
O Sr. Marcinho Medeiros: V. Exa. permite
um aparte? (As-
sentimento do orador~),~
Provavelmente a necessidade da Administraçao
atual de aprovar o Pprojeto
agora ~ para garantir os negocios que
~erao realizados em cima do projetoProjeto. Esta
Administraçao dáa a garantia,
a futura Administraçao nao vai
garantir nada, nao tem como garantir,
entao aíaf esta a
pressa, para garantir os negdcios imobiliarios reali-
zados em cima do Pprojeto.
O SR. RAFAEL SANTOS: A opiniao ée de V. Exa. DX De minha
parte, Sr. Presidente, nao vejo
porque este assodamente em aprovar
este projeto. Muitos de nds n~o
estaremos aqui no ano que vem, em
janeiro. Entao, vamos deizar io novo
Prefeito e àa nova
Camara, que
estara, entao, em inicio de aadministraçao,
que tome um
resoluçao. Por vamos aprovar um
projeto desta magnitude? Por/que
esta insistencia do Sr. Prefeito em
solicitar a sua liderança que se
utilize do art. Y4? Para aprovar
assim, em v~peras de termino de
mandato., Por/que
isso, pergunto?
O Sr. Wilton Araujo: V.Exa.
permite um aparte? (Assenti
mento do orador))ç Continuando dentro do mesmo racioc{nio
de V.Exa.
gostaria de contradit~-lo e
contraditar o Ver. Marcinho Medeiros , dado
que este projeto de lei, sendo lei
podera ser mofidicada por ou
tra lei. S, se a nova
AdminstraçaoA que assumir
a Prefeitura de Porto Ale
gre for da mesma linha partidaria
continuará;a, se nao
for, podera
envia
a eata Casa, com sua nova
composiçao,~ para que
reexamine. Ao Ver. Marcinho Medeiros digo que negociata faz o Partido de V.
Exa., em outros
lugares ....
O SR. RAFAEL SANTOS: Nobre Ver.
Wilton Araújo, digo que quem está na tribuna sou eu. Diga tudo o que tiver que
dizer a mim;, ao Ver.
Marcinho Medeiros, deixe para quando estiver na
tribuna ou ele estiver. V. Exa. há de ver que respeitei o
aparte do Ver. Marcinho, mas n~o fiz
nenhum coment5rio a respeito,.
Acho que n5s temos que manter um
certo nivel.
Vejam~ que se discutiu,
aqui, shoping CZnter, hotel cinc5o Estr
la, mas para mim nada disso ~
fundamental. O fundamental ~ que n5s va
mos privatizar l25.200m2, uma
pequena estancia, um grande sftio.
Nobres Vereadores, at6
hoje, pelo menos uma ~iíez por ano,
quando se tem o aniversáario do
Parque Farroupílha, Parque da Redenção,
nóos ouvimos a queixa da
população, n5s vemos o registro da imprensa.
Como foi lament5vel ,que nossos
avóes tivessesm
autorizados vendas e en
tregas de 5reaárea do Parque
Redençao, Parque FArroupilha. At~ hoje n5s ve
mos, especialmente aos sábados e aos
domingos, qiando o Parque FArroupi
lha está totalmente
lotado, quem n~o se lembra do crime que cometaram os no
505 avôs, de autorizar o Instituto de Educação, a
Universidade, o Co-
l~gio Militar, e tantas outras áreas
que foram constru{das em~Jima da
5rea que seria do Parque Farroupilha.
Se esses l25.220m2 forem privati
zados, indiscutivelmente os nossos
nomes irão paraa hist6ría, mas para
a híst5ria triste e negra de Porto
Alerge. Porque nossos netos e nosso
bisnetos, e v~os~,o~ tataranetos
haverao de nos cobrar termos priv~
tizado areas verdes desta Ciade.Areas
que podem hoje ser aterro, que
podem hoje ter subabitaçao, mas que
seguramente e certamente haverá
Boa vontade
do futuro Prefeito de Porto alegre. Poderão ser urbanizadas e entregues
efetivamente à população e não entregues a um pequeno grupo de privilegiados. E
nossos bisnetos e tataranetos haverão de ver as construções, não importa se
shopping, hotel, edifícios, posto de gasolina, seja o que for, e hão de
responsabilizar a nossa geração que, num final de mandato, autoriza o Município
a alienar 125 mil e 200 metros quadrados.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr.
Preidente, recebo neste mnomento cópia da sE
áCámúi á´sóâó É é,éCé!
repito: o ,;;C;sóc,b,MDPCAA,,,Cà,,APGMF,Viá,a iáDPCMDP cdfrente A,de,E o s,E tendenciosas que vão deslocar
o ponto de vista daquilo que ocorreu. Sobre o Projeto em si e
a discussão, nós sabemos muito bem que ela talvez seja menos partidária, à
exceção do Partido situacionista, e muito mais ideológica.
Já foi expresso aqui por vários Vereadores que aprovam ou que condenam o
Projeto questão fulcral, não é o detalhe
eventualmente modificado através de emendas, mas é a decisão de se privatizar
ou não o que é de tudo, de se privilegiar ou não uns poucos em detrimento de muitos. E é nesta linha
que gostaríamos de deixar clara a nossa posição contrária ao
Projeto. Defendemos a implantação
global, absoluta, total, plena de um parque junto à orla do Guaíba e não de
qualquer outra coisa, seja ela o que for e venha ela com a desculpa que vier,
queremos uma área plenamente verde e nada mais. Entendemos que para essa área
verde não precisamos da iniciativa privada, as 55 entidades
que se agrupam no Movimento em Defesa dos Parques
deixaram claro no seu manifesto que cuidariam da viabilização deste Projeto junto ao Governo Municipal. Não
foram ouvidos, fica clara a opção do Governo Municipal por um dos lados da
sociedade que, certamente, não é o lado da maioria da população. Eu gostaria de levantar algumas questões que devem
ficar muito claras na questão do Projeto. Questão do hotel cinco estrelas, por
exemplo, e agora existe uma Emenda retirando do Projeto. Ora, nos últimos anos,
a própria crise brasileira tem viabilizado a taxa de utilização dos hotéis em todas as capitais, mas em Porto
Alegre, especialmente, tem sido problemático. Taxas de 40% de utilização.
Então, imaginem os senhores nós termos
agora, simultaneamente, edificados dois grandes prédios de cinco estrelas,
porque é o da Praia do Guaíba e do Teatro Municipal, praticamente na mesma
área. Evidentemente, isso é uma decisão absolutamente autofágica. Em segundo lugar, no
início da venda do Projeto se voltou a repetir uma velha mentira que se aplicou em
torno do Projeto Rio Guaíba, a balneabilidade do rio e a disponibilidade de praias. Como se denunciou esta falsidade, ela acabou sendo
abandonada, parcialmente, pelo Poder Executivo e pelo escritório do Dr.
Debiaggi, porque realmente não há balneabilidade mesmo com o Projeto Rio Guaíba
aplicado, com os 1.000km de esgoto e muito menos haverá praia, até porque
está se ampliando o aterro do
rio, o que significa que teremos uma fundura imediata muito maior pela força
que a correnteza vai escavar nas terras colocadas, submersas. Em terceiro lugar, aquela defesa ridícula da marina
pública, agora se refere a áreas com outras denominações menos ridículas, mas que não encobrem, de toda maneira, a
defesa do “status” social absolutamente elitista. Ou será que alguns dos
espectadores desta Casa ou até mesmo os Vereadores dispõem de um iate para
utilizar no tal ancoradouro público? Ou será que vão ser permitidos os pobres caiaques, os pequenos barquinhos das vilas do delta do rio
Guaíba ancorarem no tal ancoradouro público? Quer dizer, é exatamente se
examinando a proposta no discurso verborrágico e a realidade que ele encobre é que vamos gradualmente revelar as contradições e
as falsidades do Projeto. Mais do que isso: a questão da viabilidade
financeira. No início do Projeto se garantiu, aqui nesta Câmara, na palavra do Prefeito, na palavra do Arquiteto
Debiaggi, de que havia um estudo de viabilidade financeira. Ora, a Sociedade
dos Economistas protestou sobre o assunto porque não havia um único economista, como não há até hoje, na equipe do
Arquiteto Debiaggi. Resultado: se esqueceu o problema da viabilidade econômico.
Ou seja, o que nós vamos votar não tem nenhuma garantia de viabilização econômica, sobretudo depois que a Procuradoria do
Estado fez o seu protesto formal e público. Qual será o empresário privado que
vai correr o risco de aplicar verbas numa terra que poderá, a qualquer momento,
através de um julgamento judicial, de uma decisão do judiciário, ser retirada, na medida que se anule a votação deste Projeto que será feita hoje nesta Casa, ou seja, o que
estamos votando do ponto de vista técnico é pura e simplesmente uma balela, é um belo discurso, um belo desenho,
uma coisa grandiosa apenas para encher os olhos, é papel colorido, como se usou
e gastou na divulgação do
Projeto. Agora, de concreto, não existe nada. Na crise econômico-financeira
que temos, não sabemos sequer, ao menos até hoje não foi divulgado
jamais, que entidades, que empresários, que grupos estariam dispostos a aplicar
os seus capitais, a investir o seu dinheiro neste tipo de Projeto.
Mais do que isto, se levanta a
questão do Fundo para as vilas populares, quero lançar mão de dados recentes do
Departamento Municipal de Habitação: o saneamento, temos cerca de 100 mil
subabitações necessitando de saneamento, em Porto Alegre. São cerca de 460 mil pessoas absolutamente
marginalizadas nesta Cidade. Para resolver problemas destas pessoas nas suas
moradias, temos um custo médio unitário, por casa, em torno de 500 OTNs,
segundo dados do DEMHAB, não são da
oposição, são dados do Governo Municipal, 500 OTNs por casa, na aplicação de um
projeto de saneamento, multiplicados por 100 mil subabitações, nos dão a
bagatela de 50 milhões de OTNs, 100 bilhões de cruzados, ou seja, cinco
orçamentos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, se pudéssemos aplicá-los
imediatamente. Ora, que dinheiro vamos tirar
com 25% ou 35% para este Fundo, a partir do Projeto? Nada, bagatela, algumas
centenas de milhões de cruzados, que evidentemente não vão
resolver o problema, vão talvez encaminhá-lo. Daí, pergunto eu, na gestão, na administração de quem? Que tempo tem o Governo do
Sr. Alceu Collares para aplicar este dinheiro? Mais do que isto, lembram os
Srs. Vereadores os fundos que estivemos aprovando aqui. Como estão sendo
vendidas as áreas que os Vereadores aprovaram recentemente? Nós dizíamos que não havia condições de venda de
imóvel, por exemplo, na 1ª Perimetral, nos Altos de Petrópolis. E realmente,
até agora, a Prefeitura já fez duas licitações e não conseguiu
vender praticamente nada, porque não existe dinheiro para comprar. Ou
seja, as vilas não vão
ganhar nada, porque não vai se conseguir implementar o Projeto, no que tange à
iniciativa privativa.
Eu queria concluir, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, lendo um trecho de um discurso feito nesta Casa, no dia
15.12.70. dizia um Vereador
nesta Casa: “Devemos defender a humanização da Cidade, com a
defesa intransigente das poucas áreas verdes existentes, principalmente
com a transformação do Parque de Exposição do Bairro Menino
Deus, do pequeno Largo do Viaduto Loureiro da Silva, em verdes praças públicas”. A defesa
intransigente do verde se devia ao então Ver. Alceu de Deus Collares,
em 1970. Vou mandar de presente ao Prefeito Alceu Collares o seu discurso, talvez o
faça mudar de posição neste dia de hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a
palavra, o Ver. Flávio Coulon. V. Exa. terá dez minutos.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores o final do discurso do Ver. Antonio Hohlfeldt me
obriga a inverter a ordem da minha manifestação. Vou iniciá-la,
lendo um documento que recebi.
(Lê o documento.)
“Porto Alegre, 17 de agosto de
1988.
Senhores Vereadores:
Um tanto de surpresa, eis que chegamos ao tão temido dia de votação do ‘Projeto Praia do
Guaíba’. Através de um recurso
regimental desta Câmara Municipal, foi encerrada a fase de debates públicos sobre o
assunto, antes mesmo que houvesse uma completa avaliação dos dados recolhidos.
É pena, pois há muito um projeto municipal não levantava tanta polêmica em Porto Alegre.
Interrompida a participação popular de forma direta, com o recurso ao Artigo
44, cai a responsabilidade desta decisão com muito mais força sobre os ombros
de cada um dos vereadores. É que o povo, pelas tendências que se pôde
perceber durante os debates, é francamente favorável à preservação da
integridade dos parques da cidade.
Faz poucos dias, subi ao morro
Santa Tereza e olhei o parque marinha do Brasil. Que tristeza! O que antes era
uma grande massa verde, entre a cidade e o rio, agora está cortada ao meio. É
impressionante, visto lá de cima,
como a Avenida Beira Rio, apenas ela, restringiu a área verde do local. Mas o
projeto da avenida é anterior ao do parque e infelizmente temos que aceitá-lo.
Mais uma vez, nossos administradores dobraram-se ao domínio do automóvel, do veículo de combustão interna. Nem sequer foi
cogitado resguardar o local para nele instalar uma nova linha do metrô de superfície. Pior ainda: Apenas para apressar a construção da
avenida, foram cedidas novas áreas, onde serão construídos postos de gasolina.
Esta foi uma batalha que os parques e a cidade perderam.
Agora, cabe aos
senhores evitar que uma nova batalha seja perdida. É urgente proteger o que ainda resta da área verde do local. É
preciso desenvolver o parque, sim, mas como parque. Temos que impedir a entrega de espaços que são
públicos à iniciativa privada. Dizem, não se sabe, que pouco antes da votação
do projeto serão dele retirados o Hotel de luxo e o Shopping Center, ótimo. Mas
ainda é pouco. Ideal é abandonar todo o projeto, e que Porto Alegre aprenda a respeitar
a integridade de suas áreas verdes. Não apenas porque elas são importantes para
a manutenção da qualidade de vida da cidade, mas porque são, também, as últimas
opções de lazer que restam à maior parte da população.
Este projeto é um equívoco.
Mais que um equívoco, é uma agressão à cidade. Já separaram Porto Alegre do rio
com o muro e com o dique. Depois, puseram um trem ao lado do muro. Agora, estão construindo uma avenida de alta velocidade em cima do dique.
São barreiras cada vez mais difíceis de ultrapassar. A aprovação do projeto que
os senhores irão votar hoje, será o golpe de misericórdia na ligação entre a cidade e o rio.
Será também autorizar que áreas sempre cheias de vida, de pessoas, de
gente, sejam ocupadas pelos
mais diversos tipos de lojas, academias, escritórios e apartamentos. Que, por sua vez,
serão apenas os primeiros, pontas de lança de uma invasão cada vez maior, até
que seja preciso fazer outro aterro, para criar um novo parque.
Quem tiver passeado em um
fim-de-semana de sol pelos parques Marinha do Brasil ou Maurício Sirotsky
Sobrinho, certamente não terá coragem de compactuar com esta
agressão. Por isto apelo à consciência social
e à consciência íntima de cada um dos senhores e das senhoras que ocupam lugar
neste Parlamento Municipal, e peço, em nome dos habitantes da cidade: Salvem
nossos parques! Não permitam que
mais uma vez Porto Alegre seja agredida para beneficiar os interesses políticos
e econômicos de uma minoria. Acima dos partidos, acima dos conchavos,
acima do jogo político, peço que enterremos de vez o chamado “Projeto Praia do Guaíba”, e
criemos outro, cujo espírito faça com que mereça o nome de “PROJETO PARQUES DO
GUAÍBA”.
Desde já, em nome das pessoas
que habitam esta cidade, agradeço à
sensibilidade com que, tenho certeza, os senhores irão atender a este pedido,
que é de todos nós.
Muito obrigado.
José Lutzenberger”
Este cientista do meio ambiente é um dos cientistas que era invocado pela Administração
Collares, como favorável à aprovação deste Projeto. E ele pede que esclareça que esta carta foi
escrita antes dos incidentes de ontem, senão ela seria, hoje,
mais incisiva.
Meus irmãos favoráveis à
aprovação do Projeto e meus irmãos não-favoráveis à aprovação do Projeto: não
existem posições inimigas nesta Casa. Foi estabelecido, de uma forma
artificial, um confronto que não existe.
Os dois lados, dentro de suas visões do problema, entendem que estão certos. O
confronto aqui estabelecido, lamentavelmente, ontem, não tem razão de ser. Eu,
desde já, cumprimento os que são favoráveis à aprovação do Projeto, porque têm a
vitória garantida. Podem começar a comemorar! Aliás, os acontecimentos de ontem poderiam ter sido
evitados, se tivessem tido o bom senso de se avisar a todos que a votação desse Projeto já estava decidida muito
antes daquela briga, dos lamentáveis incidentes. Mais uma vez as pessoas são
usadas como massa de manobra e se engalfinham e assumem as posições, levadas
por um radicalismo que não tem, na prática,
a mínima razão de ser. Esse projeto está facilmente aprovado. Todos nós
sabíamos há muito tempo que uma pequena minoria de Vereadores que, ao longo do
tempo, vêm se manifestando contrários, iria permanecer contrária. Todos sabíamos que com a evolução dos estudos, a Bancada do PDS
optou por votar contrária também.
Qualquer cálculo feito com bom senso poderia ter mostrado que toda a
mobilização para vir aqui, tentar influir para aprovar esse Projeto, não tinha
razão nenhuma de ser. De modo que, ao cumprimentar os que defendem a aprovação
desse Projeto, pela vitória que terão daqui a pouco, faço mais uma vez um
apelo, no sentido de que todos se conscientizem
que, apesar das opiniões
contrárias, todos nós queremos o bem da Cidade. Ao final desta votação, haverá
uma facção que verá esse Projeto aprovado e isto não pode significar que aquela
facção que achava que não era este o melhor caminho, é inimiga daqueles que achavam que o melhor caminho
era aprovar esse Projeto. Há que respeitar a pessoa
humana, a integridade da pessoas. Esse é o grande apelo que faço a toda comunidade
porto-alegrense aqui reunida com o sacrifício de praticamente dois dias
perdidos aqui dentro desta Casa, cada um pretendendo defender suas idéias. Eu não vou responder problemas de ordem pessoal
levantados nesta tribuna.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa., Ver. Flávio Coulon, que o Ver. Nilton Comin
se inscreve e cede seu tempo a V. Exa.
O SR. FLÁVIO COULON: Não vou me referir a problemas
pessoais aqui levantados, porque eu entendo que o nível
das discussões não deve cair para o plano pessoal. Cada Vereador tem uma história ao longo desta
vida. Esta história é assaz conhecida pela sociedade e esta sociedade é que
deve fazer o julgamento dos homens públicos, do seu passado e do seu presente.
Realmente, nós não podemos
negar que a Administração do Prefeito Alceu Collares não é coerente com
as suas propostas, colocadas ao longo destes três anos. Foi eleito o item educação como prioridade
e, graças a um esforço que eu credito fundamentalmente ao Prefeito Alceu
Collares e à sua Secretária de Educação, realmente existe um trabalho muito bem feito na área de educação, nesta Cidade. Trabalho, Verª
Bernadete Vidal, que me aparteia dizendo que é mais ou menos, que é um trabalho
respeitável, que merece evidentemente ser reavaliado por futuras administrações.
Mas não podemos deixar de reconhecer que é um
trabalho competente e feito com muito gabarito, merecendo
elogios. Também não se pode
negar que a proposta da criação de uma Secretaria de Cultura não tenha
sido cumprida. Foi, e na base do prestígio pessoal do Secretário Joaquim
Felizardo, está sendo feito um bom trabalho da Administração Alceu
Collares. Já se sabia, de antemão, que, nesta Administração, os
empresários do transporte coletivo teriam um tratamento especial. E não se
pode negar que, ao longo da Administração Alceu Collares, foi
cumprida a proposta, e foi cumprida com tanta competência, que hoje chegamos ao cúmulo de os
transportadores serem multados, porque querem baixar o preço da tarifa. Não se
pode negar que é um Governo de palavra. Os transportadores estão satisfeitos,
assim como também, durante a campanha, estava claro que os interesses da
construção civil, os interesses dos empresários da
construção, também teriam um tratamento simpático, dentro de uma visão de
governo de que construir bastante, bem alto, dentro da Cidade é o melhor para
essa Cidade. E não se pode negar que exerceram com uma tremenda
competência esse compromisso, aprovaram nesta Casa, como vão aprovar hoje, através do artigo 44, um Plano Diretor que
promoveu festas de congraçamento entre os empresários da construção civil, de
tão felizes que ficaram, e estão até hoje. Então, há uma coerência e uma competência
que nós devemos reconhecer, e hoje, fecha-se, ao final do Governo, o círculo,
todos os compromissos. Hoje., serão resgatados, pois este é o último, que é
privatizar, que é vender para os empresários áreas da parte nobre da Cidade. O que resta fazer, neste momento, já que o Projeto
está com a sua aprovação consolidada, é fazer uma análise política do comportamento
dos partidos políticos. Eu ouvi todos os candidatos à Prefeito da Cidade. Com exceção, muito coerente, do Dep. Carlos Araújo, que
se manifestou a favor da aprovação deste Projeto, todos os candidatos, repito, se
manifestaram contra a aprovação deste Projeto. E eu fico imaginando, lembro um dado que recebi. O Jornalista Sérgio Jockmann, num debate, ao ser perguntado sobre o que faria com o Projeto Praia do Guaíba, ele disse que o transformaria num jardim, teria, segundo as informações que
recebi de sua assessoria, recebido 7 mil mensagens de cumprimento.
O Prefeito, ex-Prefeito
Guilherme Socias Villela manifestou-se contra e esteve em contato com
Vereadores que apóiam a sua legenda, manifestando a sua opinião e
pedindo que se manifestassem contra. O Dep. Germano Bonow, com quem conversei, é
contra. O candidato do PC do B é contra
este Projeto. Um candidato do PMDB, Dep. Antônio Brito, pelo menos até domingo,
quando conversei com ele, era contra este Projeto da maneira como
está. Não é contra o Projeto, quero deixar bem claro. É contra o fato de, num final
de governo, o Prefeito que for assumir vai acabar
comprando um Projeto pronto sem poder avaliá-lo com competência, com tempo.
E o que eu fico pensando é que
se todos os candidatos a Prefeito são
contra, o que leva os Vereadores a votarem a favor, contra o
desejo dos futuros Prefeitos da Cidade? O que leva,
qual a razão maior, partidariamente, se fôssemos raciocinar não nos interesses, não imaginando interesses maiores da Cidade, mas
partidariamente, qual é a razão de num final de governo, em
plena campanha, nós votarmos a favor de um projeto
destes que, conforme já disse, ontem, numa das entrevistas, um dos
entrevistados, é uma nota promissória a ser paga pelo governo seguinte. Mas qual é a
razão política de se votar a favor deste Projeto num final de governo? É isto que eu
gostaria de saber. Não consigo entender.
O Sr. Adão Eliseu: O Projeto é bom...
O SR. FLÁVIO COULON: Diz o Ver. Adão Eliseu que a
obra é boa. Eu, provável futuro ocupante do Paço
Municipal, através do meu candidato a Prefeito, eu quero ter tempo, eu
quero examinar se este Projeto é bom, como diz o Ver. Adão Eliseu.
O Sr. Adão Eliseu: É bom para o povo, não para o
Governo....
O SR. FLÁVIO COULON: Onde é que é bom
para o povo, Vereador? Os senhores não conseguiram
demonstrar até hoje. O que
existe é uma emenda demagógica que destina verbas, uma parte das
verbas para negócios imobiliários para
as vilas e que nós sabemos, Ver. Adão Eliseu, a exemplo dessas verbas que foram
distribuídas aqui no Beira-Rio, escolhidas por meia dúzia de pessoas que
escolheram as ruas nos seus redutos eleitorais, sem
qualquer orientação técnica.
Então, onde está a coerência?
Então é isso que politicamente eu
não consigo entender e
honestamente trago essa indagação. Eu assisti na televisão e quero que alguém venha me explicar aqui na tribuna, que todos os
candidatos a Prefeito de oposição ao PDT se manifestaram contra a aprovação desse Projeto, eu quero e vou esperar que venham à
tribuna e retiro o PDT, porque acho que a Bancada é coerente, está votando com
a proposta do seu Prefeito, que a Bancada acha que é uma boa proposta para a Cidade, ressalvo o comportamento da Bancada
do PDT e me rendo à liderança do
grande Líder Ver. Cleom Guatimozim, que tem a sua Bancada unida; agora, o
que estou pedindo é que
aqueles membros de Bancadas de partidos de oposição ao Prefeito Alceu Collares
venham me justificar aqui na tribuna como é que na televisão os seus candidatos
fazem um discurso e aqui na Câmara os seus Partidos votam contra
esse discurso.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Flávio
Coulon, só gostaria de voltar um
pouco atrás do discurso de V. Exa., quando V. Exa. Diz que o Município autuou o proprietário do táxi-lotação que cobrou mais
barato. Não é uma filosofia e nem uma idéia do Governo, isto é Código Civil, é
concorrência desleal, não é lei municipal.
O SR. FLÁVIO COULON: Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estava
inscrito para falar, mas havia desistido, e me inscrevi novamente, antes que
o Ver. Flávio Coulon havia pedido
que um Vereador, que não do PDT, viesse defender aqui a sua posição, e eu vou
falar, talvez, até, não numa seqüência muito lógica, porque eu fui pegando
pontos que foram colocados nesta tribuna. E eu também não quero que os meus filhos e os meus
netos me cobrem coisas. E diria, por exemplo, para o Ver. Antonio Hohlfeldt, que S.
Exa. se equivoca redondamente quando compara preço
de construção de 100 mil casas com a verba
deste Projeto. Ninguém nesta Cidade poderá e ninguém deverá construir cem mil casas nesta Cidade, porque o dia em que forem construídas cem mil casas nesta
Cidade, para aqueles que moram mal hoje, significa que vão erradicar todas
as favelas de Porto Alegre, significa que vão tirar dali a Vila Planetário, o Morro da Cruz, parte da Vila São José, e que,
fora deste microfone, quando lá estão, afirmam que tem que ficar lá
e serem urbanizados. Hoje, para dizer valores que não são verdadeiros, porque
se referem a casas que jamais deverão ser construídas, se traz aqui, como se todas elas
fossem removidas, o que não é
verdade. Em segundo lugar, quando se coloca que é ilegal, ou coisa que o valha,
a contratação de um escritório particular, eu nunca vi, até hoje,
neste País, ninguém reclamar do Sr. Oscar Niemeyer, que foi contratado
para fazer o projeto de Brasília, sem licitação, porque existe na legislação algo que se fala em
“reconhecido saber”. E já que se tratou e eu vi na televisão também quando
se dizia que o movimento aqui era espontâneo, da invasão que aqui houve, eu que estava
presidindo a reunião, sei que não foi espontâneo, porque quando eu estava
almoçando no restaurante do Parque da Harmonia, há 20 metros de distância de
mim estavam sendo treinados os rapazes que invadiram esta sala. Eu vi. Eu vi e
mandei uma pessoa minha acompanhar o treinamento. Era um rapaz de blusão verde que às 15 para as 2 se encaminhou para cá
com todas as pessoas. E eu tenho testemunho, porque fiz questão de mostrar que os proprietários da área
– eu vi, eu almocei lá, eu vi o treinamento, e tenho testemunhas disso. E não
peguei o nome porque não sou “dedo duro”, mas que eu vi, eu vi. Eu vi, ninguém me contou. Quando este Projeto aqui chegou, ele
falava em permuta de áreas, e esse Projeto foi apresentado em junho do ano passado, 17 de
junho, chegou aqui em setembro, está completando um ano que
ele está nesta Casa,. Com discussões e sem
discussões, e o resultado foi o Substitutivo absolutamente inexeqüível, que não
resolve absolutamente nada e que também privatiza áreas, só privatiza menos. Mas joga tudo num
quadro, atrás do Sport Club Internacional. Isso foi alterado, fruto da posição
de uma série de pessoas que aqui estavam. Quem levantou há 3-4 meses atrás que
não se poderia construir um shopping center e um hotel ali por já ter um projeto aprovado há menos de 100 metros, foi a
Comissão ou membros da Comissão que estuda o problema da Maguefa. E colocou
desde aquele momento que era absolutamente impossível construir
naquela área qualquer outro shopping center ou hotéis, porque aquilo inviabilizaria todo o tipo de
transporte na área. Uma avenida da Zona Sul, uma avenida que está no Plano Diretor há muitos e muitos anos e que a
Prefeitura de Porto Alegre, ao menos desde que eu fui Secretário de
Transportes, em 1983, está tentando conseguir recursos para evitar que toda a
Zona Sul seja prejudicada quando dos espetáculos e jogos no Gigantinho, ocasião em que as pessoas têm que fazer
uma volta imensa pela Cidade, porque qualquer evento que lá se realize
inviabiliza o acesso à Zona Sul. Digo mais ainda, neste Projeto, e voltarei ao
assunto no final, os processos e projetos de alienação voltarão a esta Casa novamente.
Os candidatos a Prefeito e os Vereadores que se elegerem terão todas as condições possíveis de alterar, de
impedir e de vender. Não é verdade que o Dr. Villela tenha pedido para quem
quer que seja para votar contra. Participei da reunião e ele disse
que era um assunto que tinha que ser estudado com mais profundidade e ele vai
estudar com mais profundidade se for eleito como imagino e espero.
Falou a Verª Jussara Cony que
isso se insere na mesma linha do Projeto da Beneficência Portuguesa. Esse Projeto
foi aprovado, se não me engano, com nenhum
voto contrário – Ver. Caio Lustosa votou contrariamente, bem, alguns Vereadores, então, votaram contrariamente. Hoje, tenho
entrevista do Sr. Antenor Ferrari,
Secretário de Saúde do Estado, pedindo que este hospital que colocamos na Zona Norte
seja colocado na Zona Sul e, para quem não sabe disso, também a sede da Beneficência
Portuguesa ficará em doação ao Município para servir de sede à Secretaria da
Cultura, isso foi uma emenda minha.
Também falou o Ver. Flávio
Coulon que no outro Projeto foram colocadas algumas ruas sem escolha técnica, o
que eu coloquei foi a Estrada Costa Gama, que o Ver. Flávio Coulon prometeu lá
reunião que iria colocar, o Ver. Flávio Coulon
aprovou, esteve na reunião, apoiou e tem fotografia dele lá, agora já não tem mais
assistência técnica e eu desafio a quem quer que seja
a me dizer que a Estrada Costa Gama não tem estudos técnicos para sua
implantação, estrada que vai unir a Vila Restinga com o Centro pela Glória, com 6km de comprimento.
O outro projeto é a pavimentação da Estrada Barro Vermelho, que
via unir toda a Zona Sul da Cidade, onde se plantam hortigranjeiros,
porque no inverno atolam os caminhões lá e não
conseguem chegar à CEASA. Esses dois eu me responsabilizo e gostaria que alguém fosse
contra e dissesse, agora, se é contra a pavimentação da Costa Gama e se é
contra a pavimentação da Estrada Barro Vermelho. Para os que não sabem, fica atrás
da Restinga Velha. Mais ainda: eu tenho aqui...
O SR. PRESIDENTE: o Ver. Frederico Barbosa cede seu tempo a V. Exa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Estamos aqui também hoje à tarde com uma reunião
com um Projeto que destina dois hectares para o Teatro Municipal. Só aviso,
também, para aqueles que são contra a
ocupação dessas áreas, que tem uma destinação, e eu tenho recebido inúmeros
votos de apoio e outros de reprovação, porque exatamente ao lado da Câmara
Municipal de Porto Alegre estão sendo destinados a uma Sociedade Civil para
esse teatro e temos recebido da classe teatral uma série de pressões para aprovação. E, finalmente,
apresentei uma Emenda que espero seja aprovada, destinando
uma área para cursos da ADVB, Associação de Dirigentes de Vendas do Brasil, que já estava prevista no
Projeto original como Escola Superior de Marketing, e esta escola é para formação de técnicos,
principalmente de nível médio, complementando a Escola Profissionalizante que
se instalará, ao que parece, na Usina do Gasômetro, que por sinal
nunca teve gasômetro lá. E espero o apoio de todos para esta obra meritória.
Finalmente, queria, e não
desejava analisar a carta que o Ver. Flávio Coulon leu aqui dentro. Sei que
amanhã serei patrulhado porque vou fazer a maior heresia que se faz
atualmente no Rio Grande do Sul, vou
dizer que o Dr. José Lutzenberger, ao criticar o Trem Urbano de Porto Alegre, ele está
criticando os 150 mil passageiros que viajam diariamente naquele trem, gente
que não tinha transporte, que paga mais de 100 cruzados para
ir para a Região Metropolitana e no trem paga 40 cruzados, quero dizer que sei
que vou ser patrulhado, porque é suicídio
jornalístico que estou fazendo, mas está na ora de alguém dizer isto: que
quando uma pessoa é contra os aterros de Porto Alegre, é a favor das enchentes
de Porto Alegre. É um
projeto de 1941, o ano em que nasci, que esta Cidade foi inundada, foi quase
destruída. Esse projeto dos diques vem desde aquela época, esse projeto de
proteção de Porto Alegre.
Vou fazer um suicídio jornalístico, mas vou dizer que quando falam do Muro da
Mauá, que ele impediu a visão do rio, não estão enxergando
atrás dele aqueles galpões que também impedem o acesso ao rio. Não existe
pessoa que vá ao Cais do Porto para fazer lazer, porque não entra,
porque tem uma guarda portuária lá. Aquele
muro é para proteger Porto Alegre das enchentes, um sistema que não está
concluído. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerro a presente Sessão, convocando os Srs.
Vereadores para uma nova Sessão imediatamente.
(LevantaEncerraLevanta-se a Sessão
às 1346h25min19min.)
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